12 de dezembro de 2010

As emoções




AS EMOÇÕES


Emoções alteram a pressão sangüínea, a freqüência cardíaca e a quantidade de hormônios.

Afinal, o que acontece com seu corpo com a mudança de emoções?
Sempre que brigamos com uma pessoa que é importante para nós, sentimos o sangue ferver e o coração bater mais rápido.

A pressão sangüínea aumenta e o sistema imunológico tem seu funcionamento reduzido.

Neste momento, a pessoa tem mais chances de sofrer um ataque cardiorrespiratório.

Ao contrário da raiva, a paixão e o carinho fazem com que o corpo relaxe, além de fortalecer o sistema nervoso e aliviar o estresse.

O sentimento de ser amado também contribui para a recuperação do organismo e aumenta a taxa de hormônios antienvelhecedores.

Veja como os sentimentos podem afetar o metabolismo de seu corpo.


► CARÍCIAS
Hyla Cass, professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia (EUA), afirma que casais enamorados têm vontade de se tocar e trocar carícias graças à ação de um hormônio, a oxitocina. Por sua vez, as carícias estimulam a liberação de deidroepiandrosterona (DHEA, na abreviatura em inglês), um hormônio que ativa a restauração celular no organismo. As mesmas características foram observadas em outras formas de toque, como massagem. O médico Mehmet Ox, do Hospital Presbiteriano de Columbia (EUA), tem aplicado massagens regularmente em pacientes submetidos a cirurgias de coração aberto e transplantes cardíacos, baseado em estatísticas que mostram que esse tratamento tem ajudado a reduzir as complicações pós-operatórias e a encurtar o tempo de recuperação.


► CIÚME
De todas as emoções humanas, o ciúme é um dos sentimentos mais fortes e corrosivos – e o mais difícil de se controlar. Enquanto os homens se tornam ciumentos quando suspeitam de competição sexual, as mulheres sentem ciúme quando suspeitam de traição emocional. “Ciúme é uma emoção complexa que mistura medo, estresse e raiva”, diz a médica inglesa Jane Flemming.
“Uma pessoa, no ápice do ciúme, terá aumento da pressão sangüínea, dos batimentos cardíacos e dos níveis de adrenalina e da ansiedade. Além disso, ainda haverá o enfraquecimento do sistema imunológico e a maior possibilidade de insônia.”


► DEPRESSÃO
Depressão, pessimismo e apatia têm relação direta com níveis baixos de serotonina e dopamina, dois neurotransmissores ligados ao bem-estar. “A serotonina tem um papel na regulação da percepção de dor e poderia ser a razão por que 45% dos doentes com depressão sofrem de dores”, explica Jane Flemming. “O desânimo também está ligado a sono insuficiente, fadiga e disfunção sexual. Como a serotonina está relacionada a sentimentos de desejo, isso também pode ser associado a níveis baixos de neurotransmissores.”


► ESTRESSE
Uma equipe de pesquisadores do University College de Londres, na Inglaterra, anunciou recentemente que o estresse eleva os níveis de colesterol, aumentando o risco de doenças. É mais um reforço a um quadro preocupante. De acordo com Robert Sapolsky, professor de ciências biológicas da Universidade de Stanford (EUA) e especialista em estresse, níveis altos constantes de cortisol, hormônio relacionado à resposta do estresse, enfraquecem a memória e a precisão, debilitam o sistema imunológico, causam cansaço e depressão. O estresse que dura anos faz os níveis de glicose e de ácidos graxos no sangue subirem, aumentando o risco de problemas cardiovasculares e de diabete.


► GRATIDÃO
Assim como no caso das carícias, é a oxitocina que age quando sentimentos de gratidão (e também amor e felicidade) aparecem, assinala Rollin McCraty, do Institute of HeartMath (EUA), estudioso das relações entre as emoções e a saúde física. Segundo ele, esse hormônio secretado pelo coração desativa o estresse ao levar o sistema nervoso a relaxar e aumenta significativamente a oxigenação dos tecidos, bem como a capacidade de cura. “Observando eletrocardiogramas, descobrimos que a gratidão também está associada a uma atividade elétrica mais harmoniosa ao redor do coração e do cérebro, estados nos quais esses órgãos podem trabalhar de forma mais efetiva.”


► LÁGRIMAS
Chorar faz bem à saúde, pois alivia a tensão. Toda vez que choramos expelimos as emoções negativas (substâncias químicas) do nosso organismo, melhorando a nossa saúde.Ao menos é o que assegura William Frey, um bioquímico norte-americano. Ele comparou as lágrimas das mulheres que choravam por motivos emocionais com as das que choravam enquanto descascavam cebola e constatou que as primeiras tiveram ganhos de saúde com isso. Exibindo altos níveis de hormônios e neurotransmissores associados ao estresse, as lágrimas delas ajudaram a baixar a pressão sangüínea e a pulsação, além de facilitar a emissão de padrões de ondas cerebrais mais sincronizadas. Com isso, Frey deduziu que o objetivo do choro emocional é eliminar substâncias químicas relacionadas ao estresse. Se isso não ocorre, a pessoa continua tensa – o que abre as portas para o enfraquecimento imunológico e para falhas da memória, além de problemas digestivos.


► PAIXÃO
Cientistas da Universidade de Pavia, na Itália, descobriram que apaixonar-se eleva os níveis do fator de crescimento nervoso (NGF, na sigla em inglês). Essa substância, que atua como um hormônio, ajuda a restaurar o sistema nervoso e melhora a memória. Ela também está presente nos estados de paixão intensa e de felicidade, que traz um efeito calmante à mente e ao corpo. Infelizmente, os níveis de NGF decrescem após um ano, fazendo com que as distorções de avaliação criadas pela paixão cedam lugar à realidade.


► RAIVA
Deixar transparecer ou reprimir a raiva prejudica a saúde. Pesquisa feita em Michigan (EUA) comprovou que mulheres que suprimem a raiva têm o dobro de chance de morrer de ataque cardíaco, câncer ou derrame. A explosão de raiva dura só alguns minutos, mas causa grande impacto no nível de adrenalina, na pressão sangüínea e nos batimentos do coração, aumentando o risco de ataque cardíaco e de derrame. Formas sutis de demonstrar a raiva, como irritabilidade, impaciência e nervosismo, também fazem mal à saúde, ao debilitar o sistema imunológico e aumentar os riscos de infecção.

► RISO
Cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) constataram que rir relaxa os músculos tensos, reduz a ação de hormônios causadores de estresse, abaixa a pressão sangüínea e aumenta a absorção de oxigênio no sangue. Cardiologistas do Centro Médico da Universidade de Maryland descobriram que a risada pode reduzir o risco de ataque cardíaco ao conter o estresse. Como pode movimentar 400 músculos, uma boa risada também serve para queimar calorias. Alguns estudiosos estimam que rir 100 vezes equivale a dez minutos malhando na esteira ou a 15 na bicicleta.


COMO LIDAR COM SUAS EMOÇÕES

→ Dê um basta nas emoções negativas: quanto mais você as deixa controlar seus pensamentos, mais sofrerá, tanto psicológica quanto fisicamente.

→ Se você estiver em uma discussão e se sentir estressado demais, dê uma pausa e tente encontrar um local reservado. Respire profundamente 15 vezes, para que o abdômen se contraia.

→ Tente se concentrar na certeza de que tudo está indo bem e que você está controlando a situação. Isso pode diminuir sua freqüência cardíaca e pressão sangüínea.

→ É importante reduzir o estresse. Se você está trabalhando com prazos muito curtos, tire uns cinco itens da sua lista de tarefas.

→ Respiração abdominal é exercício essencial para superar certos sentimentos. Respire profundamente por alguns minutos. Você precisa relaxar e deixar suas preocupações de lado.

→ Visualize momentos que sejam “positivos” e tente dirigi-los ao corpo. A mente não consegue diferenciar o estado imaginativo do real. Então, se você imaginar constantemente emoções positivas, poderá experimentar os benefícios delas como se fossem reais.

Fonte: www.terra.com.br

O corpo fala por nós







O Corpo Fala por Nós!!!


O corpo expressa de uma forma não verbal as nossas ansiedades, desejos e conquistas, de uma forma natural, mesmo que nossas palavras digam o contrário.

Revela ainda o momento — todas as posições assumidas no decorrer de um evento ou de uma conversa — e isso pode durar apenas um breve momento.

O corpo mostra através de gestos inconscientes, algo que estamos sentindo e não queremos falar.

São muitos os sinais que o corpo pode dar:

Sorriso, postura do tórax, abdômen, cabeça, gestos das mãos, dos braços, dos pés, das pernas...Olhar, entonação da voz, dos ruídos e até mesmo da roupa que se está usando, revelando todo momento os nossos sentimentos ou nossos pensamentos.

Para que possamos entender o significado de um desses sinais, temos que analisar o contexto da situação e, compreendê-la é construir no interior de cada um mais segurança, autoconfiança e liberdade para escolher nossa conduta.


De acordo com pesquisas nos comunicamos:


► Não verbalmente — 55% ( gestos e movimentos)


► Vocalmente — 38% (tom de voz, inflexões e outros sons)


► Verbalmente — 7% ( o que dizemos ou escrevemos)


O que pode nos levar a crer que realmente “O CORPO FALA POR NÓS!!!”

O Administrador, O Líder, O Executivo devem ficar atentos à linguagem corporal e aos efeitos que essa linguagem exerce sobre as pessoas, principalmente nos possíveis conflitos que podem ser provocados quando o corpo expressa uma atitude contrária às palavras.

Esses sinais variam de acordo com a cultura de cada país e se aprimoram com a idade. Cada parte do corpo fala exatamente a sua linguagem, assim:


►SOBRANCELHAS

▬ Levantadas: espanto, surpresa, alegria
▬ Abaixadas: seriedade, concentração, reflexão


►OLHOS

Possuem sua própria linguagem — universal — e não precisam de dicionário.

▬ Brilhantes: Entusiasmo, alegria
▬ Baços: Desânimo, tristeza
▬ Evitar troca de olhares: Pessoas inseguras de si mesmas


► LÁBIOS

▬ Arqueados para cima: Satisfação, alegria, prazer
▬ Em bico: dúvida, contrariedade, raiva
▬ Arqueados para baixo:Insatisfação, tristeza, desprazer
▬ Presos entre os dentes: Não pode ou não quer falar
▬ Mordendo os lábios: Raiva pelos outros falarem


►MÃOS

▬ Esquerda : É a mão do sentimento
▬ Direita: É a mão da ação
▬ Abertas: Afastar o perigo, a ameaça ou oferecer, concordar
▬ Fechadas, cruzadas, nos quadris, nos bolsos ...Ficou curiosa! Quer saber mais?


Como? ... Pernas, braços, cotovelos, pés ... Não espere mais ...


Leia o livro!!!

Você não só matará sua curiosidade acerca deste tema, como também ficará surpresa! De sobra poderá aprender a lidar consigo mesma (o) e com os outros.

Por outro lado se o “ O Corpo fala por Nós” , certamente ele também fala pelas outras pessoas com as quais convivemos, o que significa que temos que entender as mensagens corporais, não só para que possamos passar a mensagem que queremos, como também entender a mensagem que nos está sendo enviada e, afinal o corpo é um instrumento que bem afinado promove a harmonia, a autoconfiança, a credibilidade e o equilíbrio para um viver melhor.


Fonte: O Corpo Fala ─ Pierre Weil

A LUA QUE NÃO DEI






A LUA QUE NÃO DEI
Cecilio Elias Netto


Compreendo pais - e me encanto com eles - que desejariam dar o mundo de presente aos filhos. E, no entanto, abomino os que, a cada fim de semana, dão tudo o que filhos lhes pedem nos shoppings onde exercitam arremedos de paternidade..

E não há paradoxo nisso. Dar o mundo é sentir-se um pouco como Deus, que é essa a condição de um pai. Dar futilidades como barganha de amor é, penso eu, renunciar ao sagrado.

Volto a narrar, por me parecer apropriado à croniqueta, o que me aconteceu ao ser pai pela primeira vez.

Lá se vão, pois, 45 anos. Deslumbrado de paixão, eu olhava a menina no berço, via-a sugando os seios da mãe, esperneando na banheira, dormindo como anjo de carne. E, então, eu me prometia, prometendo-lhe: 'Dar-lhe-ei o mundo, meu amor.' E não lhe dei. E foi o que me salvou do egoísmo, da tola pretensão e da estupidez de confundir valores materiais com morais e espirituais.

Não dei o mundo à minha filha, mas ela quis a Lua. E não me esqueço de como ela pediu, a Lua, há anos já tão distantes.

Eu a carregava nos braços, pequenina e apenas balbuciante, andando na calçada de nosso quarteirão, em tempos mais amenos, quando as pessoas conversavam às portas das casas. Com ela junto ao peito, sentia-me o mais feliz homem do mundo, andando, cantarolando cantigas de ninar em plena calçada. Pois é a plenitude da felicidade um homem jovem poder carregar um filho como se acariciando as próprias entranhas. Minha filha era eu e eu era ela. Um pai é, sim, um Pequeno Deus, o criador. E seu filho, a criatura bem amada.

E foi, então, que conheci a importância e os limites humanos.. Pois a filhinha - a quem eu prometera o mundo - ergueu os bracinhos para o alto e começou a quase gritar, assanhada, deslumbrada: 'Dá, dá, dá...' Ela descobrira a Lua e a queria para si, como ursinho de pelúcia, uma luminosa bola de brincar. Diante da magia do céu enfeitado de estrelas e de luar, minha filha me pediu a Lua e eu não lhe pude dar.

A certeza de meus limites permitiu, porém, criar um pacto entre pai e filhos: se eles quisessem o impossível, fossem em busca dele..

Eu lhes dera a vida, asas de voar, diretrizes, crença no amor e, portanto, estímulo aos grandes sonhos. E o sonho da primogênita começou a acontecer, num simbolismo que, ainda hoje, me amolece o coração. Pois, ainda adolescente, lá se foi ela embora, querendo estudar no exterior. Vi-a embarcar, a alma sangrando-me de saudade, a voz profética de Kalil Gibran em sussurros de consolo:

'Vossos filhos não são vossos filhos, mas são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles vem através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem. (...) Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.'

Foi o que vivi, quando o avião decolou, minha criança a bordo. No céu, havia uma Lua enorme, imensa. A certeza da separação foi dilacerante.. Minha filha fora buscar a Lua que eu não lhe dera. E eu precisava conviver com a coerência do que transmitira aos filhos: 'O lar não é o lugar de se ficar, mas para onde voltar'.

Que os filhos sejam preparados para irem-se, com a certeza de ter para onde voltar quando o cansaço, a derrota ou o desânimo inevitáveis lhes machucarem a alma. Ao ver o avião, como num filme de Spielberg, sombrear a Lua, levando-me a filha querida, o salgado das lágrimas se transformou em doçura de conforto com Kalil Gibran: como pai, não dando o mundo nem Lua aos filhos, me senti arqueiro e arco, arremessando a flecha viva em direção ao mistério.

Ora, mesmo sendo avós, temos, sim e ainda, filhos a criar, pois família é uma tribo em construção permanente.

Pais envelhecem, filhos crescem, dão-nos netos e isso é a construção, o centro do mundo onde a obra da criação se renova sem nunca completar-se. De guerreiros que foram, pais se tornam pajés. E mães, curandeiras de alma e de corpo. É quando a tribo se fortalece com conselheiros, sábios que conhecem os mistérios da grande arquitetura familiar, com régua, esquadro, compasso e fio de prumo. E com palmatória moral para ensinar o óbvio: se o dever premia, o erro cobra.

Escrevo, pois, de angústias, acho que angústias de pajé, de í­ndio velho. A nossa construção está ruindo, pois foi feita em areia movediça.

É minúsculo o mundo que pais querem dar aos filhos: o dos shoppings..

E não há mais crianças e adolescentes desejando a Lua como brinquedo ou como conquista.. Sem sonhos, os tetos são baixos e o infinito pode ser comprado em lojas. Sem sonhos, não há necessidade de arqueiros arremessando flechas vivas.

Na construção familiar, temos erguido paredes. Mas, dentro delas, haverá gente de verdade?


(Cecílio Elias Netto é escritor e jornalista)