3 de agosto de 2007

Valéria Tarello






faro e fino trato



te
adivinhono bouquet
de um vinho tinto
tenho
instinto
um tanto
etílico






pródiga






a vida
pousa
a vida
pulsa
a
vida
passa




avida_
mente
a
vida se desgasta
e não poupa-nos
da paus/\________











ciclo






o tempo estende-se,
dias a fio,

contíguos,
que perduram
— pendentes —
pelas barras do
destino.





não demora,

o tempo
exíguo,

recolhido,

será
passado

a ferro brando.




[enquanto uma nova era
de horas aguadas,

na máquina do tempo,




espera...]



ego



eis-me aqui
diante do
espelho:

um nonsense



face
&
disfarce



eis-me aqui
um contra-senso



reflexo
&
avesso



eis-me aqui
ante meus versos:

uma antítese



imagem
&
miragem



a bem da verdade
reconheço o
que viso:



um oásis de vaidade
pregando
no deserto



eis-me aqui:



narciso
&
eco











pantomima



prefiro o gesto, à
palavra
sou mais o não dito, subentendido
no jeito mundo que
ele me toca



me toca fundo
essa cena
muda



me deixa úmida
in
loco





ais ou enos



se há coisas
que causam

náuseas,
há drágeas
para o sintoma.

ampolas,
gotas,
há placebo.



para sexo
indigesto,
tomo
enos.



[onde estão meus
ais?]



eu, tu, ele, noz



essa noz
engelhada
ora
torta
ora semente
como esse nós
inde(is)cente da
gente



ora poda
alma lacrada
ora
poder
romper na palma
ora podre
[pobres de noz]



esse nós
entre tantos
podia
tanto
nada entretanto
pôde

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