PSICANÁLISE
Quando acordei, senti um solzinho no rosto
Que de tão frio parecia uma luinha.
Num estalinho a caminha se desfez.
Depois deerguer-me (o que foi demais)
A casinha desabou
E vi lá embaixo criaturinhas saltitantes
Com seus arquinhos e lancinhas e vontadinhas e furiazinhas.
E eis que numa orquestrinha sinfônica de Guliver
A maiorzinha das criaturas
Se viu no maior dos predinhos
na mira da artilhariazinha mais pesada dos aviões de brinquedo.
Era minha inconstância
que tomou muito remédio para crescer.
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SANTO
Santo disfarçado
de louco safado
embriagado nos beijos
de santas sacanas...
A tristeza se perdeu
em algum lugar aéreo,
meu pensamento etéreo
brilha na imensidão.
O que mora em mim
é a alegria embriagante
do querer gostoso
de estar com você.
Abençoado estou
com seus sonhos
e desejos ardentes
de dama faminta
por beijos indefectíveis.
Santo, sou
Debaixo de lençois
a abençoar fiéis
em busca do gozo...
Devora-me com sua língua
e deixa-me sem saber
o que dizer!
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Incerto
Quem saberá o que o dia traz?
O futuro não está mais escrito,
A caneta em nossas mãos, o infinito.
O bonito previsível, o impensado,
Do destino deste fado miserável,
Que herdei do ventre do meu passado.
A calma serena de esperar,
O dia calmo, do simples viver,
O ar pesado pra respirar, pra nos sufocar.
Se perder no que me encontro,
No horizonte que com que me defronto,
O espelho me que me escondia a face.
O reflexo da alma,
A falsa calma, o disfarçado sofrer,
O sorver da vida, o lembrar e esquecer.
Rosa Panerari / Polak
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31 de agosto de 2007
PSICANÁLISE
às 22:56:00
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