7 de setembro de 2007

Winnicott




(...) Aceitar que as relações entre pacientes e profissionais possam também ser afetadas (de ambos os lados) por sentimentos de amor e ódio e considerá-los como sentimentos fundamentais em todas as relações humanas, implica admitir um conceito que ocupa um lugar importante na psicanálise, que é o conceito de transferência, isto é, a vivência de fortes sentimentos deslocados para o outro no relacionamento. São elementos reprimidos infantis, que ganham nova expressão no espaço emocional, criado pelo encontro “profissional - paciente”, sem que este tenha consciência do fenômeno em questão.
Numa direção paralela, temos os sentimentos despertados no profissional pelo paciente, que Freud denominou contra-transferência.
Enfatizamos a importância do vínculo afetivo na percepção do outro. Quando admito que o outro está doente, isto me leva naturalmente para a posição daquele que responde à necessidade, ou seja, à adaptação, à preocupação e à confiabilidade, à cura no sentido de cuidado. Quando falamos de cuidado, estamos falando de amor, mas de um amor que tem que ser fornecido por profissionais.

(Winnicott, 1966, p.90)

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