Sangue, suor e lágrimas. “O Capitão América e a Indústria Cultural segundo Theodor Adorno”
Arthur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
(...)O mundo moderno e capitalista apresenta em sua evolução um inequívoco processo de degradação (ou regressão) intelectual, como reflexo do fracasso e da transformação sofrida pela razão “esclarecida”. O Iluminismo, é verdade, tinha como objetivo promover a desmistificação das antigas crenças que mantinham a civilização em situação de atraso diante das possibilidades do uso pleno da razão, do conhecimento, da técnica; enfim, da evolução científica.
O esclarecimento iluminou a mente das mais diversas culturas a partir do Século XVIII, buscando na racionalidade toda a esperança de um “elevar” intelectual, construindo um mundo de certezas científicas e avanços tecnológicos, inteligente e crítico. O poder do “saber” seria utilizado em benefício da civilização; o conhecimento seria capaz de manipular a realidade em prol de um bem maior, a evolução do ser humano, sua autonomia (..) As críticas feitas por Theodor Adorno, em 1947, à Indústria Cultural e ao estilo de vida capitalista se tornaram atemporais, pois suas reflexões sobre a manipulação das massas, a alienação intelectual, a incapacidade do exercício da crítica, entre outros constrangimentos à liberdade e à autonomia do homem, seriam comprovadas repetitivamente no cotidiano moderno. A vida mecanizada, o entretenimento alienador, o consumo desenfreado, tudo representa uma “liberdade”, que leva a sociedade a viver em um eterno ciclo de trabalho integrado com perfeição maquinal a um lazer planificado, movendo assim, as rodas de um Capitalismo onipotente. Um sistema quase intocável, com seu exército de voluntários que, ao manter-se na cômoda posição de “integrados”, caminham decididos rumo a um progresso cada vez mais instrumental e menos humano.
Pesquisa na Integra
2 de outubro de 2007
Sangue, suor e lágrimas
às 22:34:00
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