Novas formas de intimidade estão surgindo ...
Vivemos um momento de profundas mudanças nas maneiras de nos percebermos, de percebermos o outro e o mundo. É a revolução digital, que, como qualquer outra, traz conseqüências não só sociais, culturais e econômicas, mas também subjetivas. Os avanços tecnológicos alcançados com esta revolução trouxeram alterações significativas à informação. Permitiram o que chamamos de “mundo globalizado”.
Esse “mundo global”, da cultura das massas, da pouca diferenciação, parece despertar a procura por um modo particular de atender a uma antiga necessidade: a de definirmos e mostrarmos quem somos. Encontramo-nos envolvidos no culto ao eu, na busca desenfreada por uma identidade, que podemos chamar romântica pelo excesso de idealização.
A preocupação em encontrar a individualidade parece representar o culto ao individualismo. Os ideais coletivos são substituídos pela valorização do eu, de quem sou, do que eu quero. Não importa o que é feito, e sim quem fez. Autores como Sennet (2001) identificam essa cultura como a cultura do narcisismo.
“O desejo de revelar a própria personalidade no trato social e de avaliar a ação social em termos daquilo que esta mostra das personalidades das outras pessoas, é, primeiramente, um desejo de se autenticar enquanto ator social por meio de suas qualidades pessoais.”
Nessa perspectiva é despertado o interesse sobre quem é o outro fazendo com que o sistema se retroalimente. (...)
Se partirmos do pressuposto de que a sociedade contemporânea segue uma lógica de consumo, “a admiração pública é também algo a ser consumido, e o status, como diríamos hoje, satisfaz uma necessidade como o alimento satisfaz outra: a admiração pública é consumida pela vaidade individual da mesma forma que o alimento é consumido pela fome.”
Nesse ponto encontramos uma dificuldade na delimitação entre o que é público e o que deve ser do domínio privado. (...)
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24 de novembro de 2007
O público e o privado
às 19:33:00
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