Onde a prática é análoga à teoria? Onde a teoria se assemelha ao que vemos na prática?
No entanto, deveríamos pensar a relação entre teoria e prática de outra forma “horizontal”. A esse respeito, poderíamos dizer que, quando a teoria se concentra em seu próprio domínio, ela começa a se confrontar com obstáculos, com muros que a impedem de avançar. Isso nos obriga a substituí-la por um outro tipo de discurso, uma prática que nos permita passar a um domínio diferente. Graças a essa passagem, poderemos resolver um problema na teoria, retornar a teoria em outro ponto, a partir de outro lugar.
Da mesma forma, quando a prática se confronta com seu limite e parece não conseguir andar para frente, é porque se faz necessário mudar de estrutura de discurso, ou seja, fazer teoria. Maneira de operar no ponto onde as diferenças entre teoria e prática se anulam para constituir uma estrutura horizontal de continua imbricação e de passagens incessantes de um pólo ao outro. Assim, poderíamos dizer com Deleuze: “a prática é um conjunto de passagens (relais) de um ponto teórico a um outro, e a teoria, uma passagem de uma prática a outra. Nenhuma teoria pode se desenvolver sem encontrar uma espécie de muro e é necessário a prática para perfurar este muro”. O mesmo vale para a prática.
Vladimir Safatle, p. 43, CULT 118
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Novos textos na minha Midiateca:
1) O VÍNCULO ENTRE ÉTICA E ESTÉTICA NO PENSAMENTO DE SCHOPENHAUER COM UM OLHAR ESPECIAL SOBRE A ARTE CONTEMPORÂNEA
2) ASCESE COMO EXERCÍCIO DE ATUALIDADE NO ÚLTIMO FOUCAULT
3) A IDÉIA E O IDEAL DE SOCIEDADE BEM-ORDENADA NO LIBERALISMO POLÍTICO DE JOHN RAWLS.
4) REPRESSÃO E RECALQUE NA PSICANÁLISE FREUDIANA E A CRÍTICA DE FOUCAULT À HIPÓTESE REPRESSIVA DA SEXUALIDADE
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24 de novembro de 2007
Prática e teoria
às 19:38:00
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