11 de fevereiro de 2008

Persona: Bergman, Jung e Kierkegaard




Persona: Bergman, Jung e Kierkegaard


Introdução


Escolher um filme como sendo o melhor da história do cinema é algo impossível,mas eu colocaria Persona como uma das melhores realizações da história do cinema.

O filme de Bergman vai além do simples deleite: ele desperta a reflexão e questionamentos sobre o cinema, seu papel, a representação, o teatro e o próprio homem. Persona não apresenta apenas uma história, instiga o espectador a decifrar suas imagens e seus significados implícitos. Mais do que um filme que trabalha a metalinguagem, Persona é um questionamento sobre o ser humano e sua psique.

Bergman sofreu ao longo de seus trabalhos explorou a influência de diversas obras,mas em Persona dois autores devem ser destacados: Carl Jung e Sören Kierkegaard.

Não pretendo aqui fazer uma análise das teorias dos dois autores, mas abordar como o filme trabalha a reflexão de alguns aspectos dessas teorias.

Persona é um filme muito representativo na obra de Bergman, retomando temas e refletindo seu momento. Assim, não há como falar sobre a película sem relatar algumas questões sobre o próprio Bergman.



O filme e Ingmar Bergman


O filme conta a história de Elizabeth Vogler (Liv Ullmann), uma atriz que surta durante a apresentação da tragédia Electra. Como conseqüência, Elizabeth repousa em uma clínica psiquiátrica. A médica responsável conclui que sua estadia na clínica não surte resultado e assim sugeria que ela vá para sua casa de praia junto com uma enfermeira Alma (Bibi Andersson). Mesmo na praia Elizabeth recusa-se a voltar a falar, mas isso não impede que uma forte relação de identificação se estabeleça entre ela e Alma. Quando Alma sente sua confiança traída, ela volta-se contra Elizabeth e os papéis que representavam até o momento são invertidos. Por fim, as duas voltam da praia, e Elizabeth retoma seu trabalho de atriz.

Persona é um filme que se desenvolve de modo elíptico e não linear. Vemos então os temas abordados por Bergman ressurgindo a todo o momento. O existencialismo, a metáfora do cinema e do teatro, a questão da realidade, a persona, voltam com novos significados e ampliados através da construção simbólica das imagens.



É a última realização de Bergman em preto e branco

Não há como imaginar Persona colorido: sua textura, o contraste e a forma como nos atinge só pode ser expresso do modo como foi feito. A idéia de ilusão de realidade é desfeita pela sua falta de cores. As diversas nuances de cinza ressaltam a frieza da realidade, da incomunicabilidade e do isolamento do colorido do mundo.

continua..


Leia na íntegra:

http://www.bibi.org/persona-%20bergman,%20jung%20e%20kierkeegard.pdf

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