28 de agosto de 2008

CADA SER HUMANO É ÚNICO


CADA SER HUMANO É ÚNICO


O ser humano é singular, particular e individual.

Os existencialistas dizem que a existência é um processo de construção da interioridade, que se circunscreve como produto do "risco individual", que requer de cada pessoa adesão, consciência de que não há respaldo e nem garantias, que os critérios a serem seguidos pertencem à lógica subjetiva do íntimo e pessoal, e não à generalizante e matemática, cujo compromisso é com o universal, genérico e abrangente.

A cada instante somos tentados a seguir no caminho de "todos", da "massa", (se é que isso é possível...) somos direcionados, rotulados...seduzidos a generalizações, ou seja:

Torno-me número no banco...
Torno-me engrenagem do trabalho...
Torno-me um personagem na família...
Torno-me uma estranha pra mim...

Enfim... vejo-me:

Um Ser "pré-concebido"...
Um Ser "pré-fabricado"...
Um Ser "pré-disponente"
Um Ser "pré-destinado"...

a SER qualquer coisa para "o outro"
e nada para mim...

Sou o desejo do meus pais...
Sou o desejo do Estado...
Sou o desejo do Mercado...
Sou o desejo da Mídia...


Tudo realizo pelo outro
e nada por mim...
A esse processo Heidegger chamou de "Inautênticidade".

E essa falta de autênticidade, cujo caráter essencial se estabece nas próprias relações sociais (do homem com seu semelhante, consigo, com o meio físico e demais desdobramentos), dá origem a uma estrututra maior, complexa que se auto-perpetua e se alimenta, é a "Lei da massa".

Cá entre nós... estamos vivendo o CAOS, os próprios cientistas confessam... a Ciência é/está como a Torre de Babel... ninguém fala a mesma língua, ninguém se entende. Vivemos uma transição paragmática importantíssima...

Não sei quanto a vocês... mas eu não quero Dogmas... eu não quero Mestres... muito menos Messias, Profetas ou Visionários, não quero ninguém ditando regras e dizendo como as coisas estão... ou como serão daqui pra frente... Não quero Acadêmicos, Doutos,prevendo o futuro por conta de um "suposto-saber-hipotético-dedutivo". (Atualmente acerta mais a Mãe Dinah, do que o Homem do tempo...rssss)

O futuro é uma incógnita, principalmente na Internet. Quando leio sobre previssões nesta área, me vem aquela idéia (talvez persecutória) de: "Prever para poder controlar" e isso me dá arrepios...

E o mais legal de tudo isso é que a minha geração por exemplo está tendo a oportunidade de ver essas mudanças acontecerem "a olho nu", coisa que as gerações que nos precederam não viram, por terem passado por processos muito mais lentos... quase que imperceptíveis. Eu sou de uma geração que lutou pela democracia, que sofreu resquíssios da didatura militar, que viu o crescimento urbano quase que literalmente, diante dos próprios olhos...

Ter um aparelho de televisão em casa na minha infância pobre era um luxo de poucos. Sou de uma geração entre a pílula e a AIDS, entre a inocência dos bailinhos de garagem e a disseminação do uso de crack... Velocidade, movimento, mudanças, sistemas complexos de relações e reações imprevissíveis... é isso que vejo com meus olhos quando olho o exterior...

Bem... acho que perdi o fio da meada... eu pensei em escrever sobre uma coisa e depois fui em outra direção... tudo bem...

Ah... lembrei....

Então... uma coisa que venho percebendo entre nós, é que estamos “blogando” todos do mesmo jeito, seguindo modelinhos... daqui a pouco haverá o : "manual do Blogueiro - 10 lições para chegar ao sucesso"... se já não tem...)

Caramba! que porra de liberdade é essa?!?

Existirá alguém capaz de olhar para o fenômeno sem querer usar esse conhecimento para direcioná-lo?

Eu pessoalmente acredito, que estamos num momento crucial.

Para aonde quer que eu olho, me deparo com pessoas, experts, dando dicas, dizendo o como devemos exercer a nossa liberdade de expressão dentro de novo contexto, até aí tudo bem, mas você entra no âmago da coisa, você vai percebendo que eles começam a desfiar, listar um monte de restrições... do tipo: "Para ser livre você não pode...ser assim, deve evitar aquilo outro..."

A internet trouxe uma possibilidade de "revolução" tão abrangente, tão poderosa que é aquela coisa: "é agora ou nunca"... ou a gente toma as rédeas e começa uma "Nova Era Civilizatória" ou então... espera o próximo bonde... questão de escolha (sempre). Depois vem as vítimas, os coitadinhos, os dominados, os explorados..."os sem-isso", "sem-aquilo"...

Ninguém assume que é "bunda-mole", "pelego", "irresponsável", "pseudo-cidadão", "negligente", "omisso"... não percebe (ou não quer ver) que cada vive, experiência e acaba sendo o que ele próprio fez a si mesmo, através de suas escolhas.

E quando digo responsável não estou dizendo culpado, essa coisa da culpa é outra estória, herança judaica-cristã...criada só pra coagir-nos... não .. não é isso... responsa é outra coisa...

Responsabilidade é co-participação, é engajamento, comprometimento, é consciência holística, é a percepção de que embora sejamos únicos em nossa individualidade, somos também parte de uma coisa maior, onde cada um, faz uma puta diferença... e não fazer nada, já é fazer alguma coisa, não escolher, já é um escolha e que se você não faz parte da solução, você faz parte do problema... e aí meu? Como fica?

Se esse mundo está uma bosta, fomos nós que o fizemos, nós homens-terráquios... "homens, super-homens", não foram os Marcianos... ou os Deuses Olimpo. Fomos nós, enquanto humanidade numa posição ativa, passiva. omissa, do lado de cá ou do lado de lá... isso não importa, Inês já é morta...

Eu não sei não... eu tenho alguns palpites como:

"Ter na Mente, Mente Terna e Mente Terna Eternamente"

Trocadilho horrível com o Walter, rsss

Os "erros", os "equívocos" fazem parte do processo de aprendizagem, nós descartamos ai por milênios inúmeras possibilidades... por exemplo: Que guerra não está com nada... que exploração econômica mais cedo mais tarde acaba repercutindo em seu ponto de partida... que ter dinheiro e ser escravo dele e estar a mercê da violência dos que não tem é um inferno em vida... putzs... quantas coisa bacanas nós aprendemos... mas e aí? o que a gente faz com esse conhecimento?

Mas acho que é bem po ai...

Mente aberta para assimilar o novo.
Flexibilidade.
Comprometimento.
Criatividade

Criar, inovar, sem medo de ser diferente da massa.
Buscar o prazer e evitar a dor com responsabilidade e respeito ao si mesmo, ao outro, aos animais, ao planeta, pois "tudo que move é sagrado"
Amar incondicionalmente, sem medo de parecer bobo, piegas, ridículo...

“AME E DÊ VEXAME “
seja anárquico, diria o danado do Freire...

Medo do ridículo?
Bobagem... se eu tivesse essa preocupação...
Temesse por uma subjetiva reputação..
Não estaria aqui...

Quandos gênios no seu tempo foram taxados de loucos, ridículos...
Einstein, Freud, Dali... e tantos outros que ousaram...sairam da massa...
Mexeram em vespeiros... ousaram... atualizaram-se...

Um amor declarado jamais será ridículo...
Um abraço inesperado, um telefone sem motivo...
Uma palavra de alento, um beijo roubado...
Nisso tudo há vida, há um existir...
Que nos afasta do vazio...
Pois a maior dor humana é o vazio existencial...
Um sentimento de morte em vida...
Um sentimento de não pertencimento..
De não-existência, de não-eu.
Pode-se chamar de angustia? Sim.

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã."

"O que somos neste dado momento (aqui/agora) não esgota todas as possibildades que temos em nós"
Neste paradigma acontece o seguinte:



"Eu sou o que eu não sou e não sou o que sou.
Ele é o que não é e não é o que é
Você é o que não é e não é o que é.


Vai dizer que eu pirei?

É apenas um modo de ver a realidade, é fenomenólogica, pois não há a prioris, você não se utiliza de uma teoria para explicar oum dado fenômeno, você observa o fenômeno e deixa que ele se mostre a você. É existencialista, pois este fenômeno observado é a propria existência.

Não há determinismo, há movimentos , digamos, "aleatórios" (por falta de terminologia), sistêmas complexos de interação, que não conseguimos ainda entender e acompanhar... muito menos prever. Acontece hoje com a Internet, você manda um e-mail para um grupo de pessoas e você não consegue prever aonde as informações poderam chegar e que repercussão poderão ter... (é viral...rssss)...

Difícil assumir que perdemos o controle, né?
E... como é bom perder o controle, perceber que embora tenhamos planos para amanhã as 8:00 horas...
Talvez não cheguemos... basta um chuva... um apagão... um acidente de trânsito a 20 kilometros... um caminhão quebrado...
Percebo que na vida existem sempre dois movimentos contrários, mas que estes não competem, mas se complementam.

Quando você está dirigindo numa estrada sem movimento, você controla tudo, sua velocidade, se quer ficar mais a direita ou mais a esquerda, se resolver virar, tomar outro rumo, vc está livre para isso, portanto conduz, controla.

Mas se mais a frente se depara com um congestionamento, com outras pessoas iguais a você, você não mais conduz a situação, pelo contrário, você é conduzido por ela, você vai andar, quando os carros da frente andarem, se quiser virar a diretita e a passagem estiver obstruída, terá que seguir em frente, independendte do seu querer, terá que se submeter.

A vida em sociedade é assim, temos uma liberdade condicionada. Condicionada a inúmeros eventos, regras, fenômenos, aos quais temos que nos submeter, muitos deles desconhecidos... despercebidos..

Por isso a importância de entender o que é autenticidade, o que é liberdade e o que é livre-arbitrio, culpabilidaade, angustia, temporalidade, espacialidade, essa questão do "ser-e-não-ser", de "ser-para-si" e "ser-para-os outros", a questão da morte e da vida... são todos essas questões existênciais

Só para exeplificar, necessariamente:

Ser diferente dos outros não é ser autêntico (usar roupas estravagantes,, brinco, percing no nariz);
Fazer sempre as escolhas e ser autêntico não é a mesma coisa;

A autênticidade não é uma atitude de você para o mundo ou com as outras pessaos, mas de você para com você mesmo.
Posso estar mentindo para o mundo, mesmo assim sendo autêntico...
Posso mascarar-me... para o mundo... mas desde que eu saiba quem sou eu e os motivos pelos quais eu hajo dessa maneira, estarei sendo autêntica e quem é autêntico, é livre, quem é livre está mais perto da felicidade, da plenitude.

Minha sugestão é para que busquemos a autênticidade, este movimento, que não diria interno, porque não existe interno e externo, existe um fluxo, uma constante interação entre todas as coisas...

Esta é minha visão de mundo hoje/agora
Uma opinião que retrata, que captura dentro do espaço tempo, uma percepção de mundo que pode mudar...
É a minha verdade relativa... e que ela seja apenas objeto de reflexão...
Que ela chegue a você como sugestão... um pensar...
Uma - entre inúmeras possibilidades,
Não é indução, não busco convencer...
É a minha voz... e eu quero ouvir a tua.
com todo meu respeito e compreensão... não há competição, não precisa ter.

Sejamos apenas críticos, não sejamos escravos dos modismos...

Perceba uma coisa:

Você não precisa “linkar”...
Você não precisa postar todos os dias...
Você não precisa falar palavrões...
Você não precisa responder a testes...
Você não precisa ser hermético ou engraçado o tempo todo...

Você simplesmente não precisa...
a menos que você queira...

E por quê não?

Por que você pode ser livre...
É uma conquista recente... mas legítima...
Você só precisa ser você mesmo...

Eis o nosso maior desafio... a autenticidade...

Na liberdade está intrínseco o respeito ao outro, à diversidade...
(senão... não é liberdade, é prepotência, egocentrismo, narcisismo)

Achar que somos "os bons" e o resto do mundo, um bando de "babacas"

É distorção dos valores fundamentais do humanismo, é cegueira cognitiva...

Não existem verdades que não possam ser questionadas...

Cuidado!

Quando ninguém mais questiona o que a gente diz,
Nosso discurso não é mais discurso,
Virou sermão.... ditame...

Neste caso então, estaremos na contra-mão da História...
e... exaltar a SEMANA de 22,
sinceramente... meu caro, minha cara...
pode ser "cult"... chique... fino...
mas não faz sentido algum... pura retórica...

Faço do convite do Jorge, um convite meu:



" (...) Vamos unir nossas diferenças?
... porque todo mundo tem algo para mostrar...
Viva a música, o amor e a arte.
Viva a capacidade de pensar.
Viva a diversidade!! (...)"




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Um comentário:

Julio el Cutu disse...

Gracias por el placer que me dió la lectura de tu blog