25 de janeiro de 2009

O Som do Silêncio






O Som do Silêncio



Então, parei para interpretar a frase acima e ... imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.


Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.


O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim. É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.


Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.


Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: " Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando! " É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro. É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.

Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.


Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.


O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto.


É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.


(desconheço o autor)

Um comentário:

Pod papo - Pod música disse...

É verdade. Falar, falar, falar a verdade nua e crua não incomoda tanto quanto o silêncio. O silêncio de alguém nos enche de dúvidas, de angústia por não saber o que está acontecendo, o que a pessoa está sentindo.

Beijos