15 de outubro de 2010

Frases









Toda realidade é individual,

dado que a percepção da realidade factual,

algo que é diferente do que compreendemos

como realidade, interpretação cultural do fato,

é diversa para cada um, considerando

que mesmo a diferença de altura entre as

pessoas interfere na sua captação

da realidade factual."



Gilson Moura Júnior

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"Aquilo que não fazemos aflorar a consciência,

surge em nossas vidas como destino


Jung



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" A Ciência sem a Religião é imperfeita,

a religião sem a Ciência é cega!

Einsten


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" Onde estão as fronteiras, senão nos limites de nossa visão?

Brei Betto


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Quando tudo se desfaz







Quando tudo se desfaz

Pema Chödrön

O pai de uma criança de dois anos conta que ligou a televisão e, inesperadamente, viu a destruição causada por uma bomba colocada em um edifício público de Oklahoma. Assistiu, enquanto os bombeiros carregavam corpos inertes e ensangüentados de bebês que eram retirados das ruínas da creche que funcionava no primeiro andar. Diz que, no passado, era capaz de se distanciar do sofrimento alheio. Mas, desde que se tornara pai, isso havia mudado. Sentia como se cada uma daquelas crianças fosse seu filho. Sentia a dor de todos os pais como sendo sua.

Essa identificação com o sofrimento dos outros, a incapacidade de continuar a observá-lo de longe, é a descoberta de nossa ternura, a descoberta do bodhichitta. Essa é uma palavra sânscrita que significa "coração nobre ou desperto". Diz-se que está presente em todos os seres. Assim como a manteiga é parte do leite e o óleo, da semente de gergelim, essa ternura é inerente a mim e a você.

Stephen Levine escreve sobre uma mulher que estava morrendo, em terrível sofrimento e extrema amargura. No momento em que sentiu que não podia mais suportar a dor e o ressentimento, inesperadamente, passou a experimentar o pesar de outros em agonia: uma mãe faminta na Etiópia, um adolescente desvairado morrendo de overdose em um apartamento imundo, um homem esmagado por um deslizamento de terra, morrendo sozinho à margem de um rio. Ela relatou ter compreendido que essa não era a sua dor, mas a de todos os seres. Não era apenas a sua própria vida, mas a vida em si mesma.

Despertamos o bodhichitta, essa ternura pela vida quando não podemos mais nos proteger da vulnerabilidade de nossa condição, da fragilidade fundamental da existência. Nas palavras do décimo sexto Gyalwa Karmapa: "Recebemos tudo. Deixamos que a dor do mundo toque nosso coração e a transformamos em compaixão".

Diz-se que, em tempos difíceis, somente o bodhichitta pode curar. Quando não encontramos inspiração, quando nos sentimos prestes a desistir, esse é o momento em que a cura pode ser encontrada na ternura da própria dor. Esse é o momento de tocar o autêntico coração do bodhichitta. No meio da solidão, do medo, do sentir-se incompreendido e rejeitado, encontra-se a pulsação de todas as coisas, o autêntico coração de tristeza.

Uma pedra preciosa fica enterrada durante um milhão de anos e não perde a cor nem é danificada. Do mesmo modo, por mais que possamos espernear, nada afetará este coração nobre. Essa jóia pode ser trazida para a luz a qualquer tempo e resplandecerá com todo seu brilho, com se nada tivesse acontecido. Não importa quanto estejamos comprometidos com a rudeza, o egoísmo ou a ganância, o autêntico coração do bodhichitta não pode ser perdido. Está bem aqui, em tudo que tem vida, intacto e completamente íntegro.

Quando nos protegemos do sofrimento, achamos que estamos sendo bondosos conosco mesmo. A verdade é que apenas nos tornamos mais amedrontados, endurecidos e alienados. Percebemos a nós mesmos como separados do todo. Essa separação transforma-se em uma espécie de prisão- uma prisão que nos encerra em nossas próprias esperanças e medos, que nos leva a nos importarmos apenas com aqueles que estão mais próximos. O curioso é que, antes de mais nada, estamos tentando nos proteger do desconforto e, com isso, sofremos. Já quando não nos fechamos e permitimos que a dor toque nosso coração, descobrimos nossa afinidade com todos os seres. Sua Santidade, o Dalai Lama, descreve dois tipos de pessoas egoístas: as sábias e as tolas. As tolas pensam apenas em si mesmas, o que resulta em confusão e dor. As sábias acreditam que estar ali, apoiando os outros, é a melhor coisas que podem fazer por si mesmas. Como resultado, sentem alegria.

Quando encontramos uma mulher com o filho no colo, pedindo esmolas na rua, quando vemos um homem surrar impiedosamente seu cão aterrorizado, quando nos deparamos com um adolescente espancado ou com o medo nos olhos de uma criança, damos as costas porque não podemos suportar? Isto é o que a maioria de nós provavelmente faz. Alguém precisa nos encorajar a não deixar de lado o que sentimos, a não nos sentirmos envergonhados pelo amor e pesar que surgem, a não temer a dor. Alguém tem de nos dizer que é possível despertar a ternura que existe em nós e que, ao fazer isso, mudaremos nossa vida.

A prática de tonglen - enviar e receber- tem o propósito de despertar o bodhichitta, de nos colocar em contato com esse coração nobre e autêntico. Essa prática consiste em receber em si mesmo a dor e espalhar alegria, invertendo radicalmente nosso tão bem estabelecido hábito de fazer o contrário.

Tonglen é uma prática que visa a criar espaço, a ventilar a atmosfera de nossa vida para que as pessoas possam respirar livremente e relaxar. Sempre que encontramos o sofrimento, sob qualquer forma, as instruções de tonglen nos dizem para inspirá-lo, com o desejo de que todos possam se libertar da dor. Sempre que encontramos a felicidade, sob qualquer forma, devemos expirá-la, dirigi-la para fora, com o desejo de que todos possam sentir alegria. Essa é uma prática que permite às pessoas sentirem-se menos oprimidas, menos limitadas. Ela nos mostra como amar incondicionalmente...

... Quando nos protegemos para não sentir dor, essa proteção transforma-se em uma espécie de armadura, uma couraça que aprisiona a suavidade de nosso coração. Fazemos tudo o que vem à mente para não nos sentirmos ameaçados. Tentamos prolongar a sensação de estar bem consigo mesmo. Quando vemos nas revistas fotografias coloridas de pessoas se divertindo na praia, muitos de nós sinceramente desejam que a vida pudesse ser assim tão boa.

Quando inspiramos a dor, de algum modo, ela penetra nossa couraça. Nossa proteção vai sendo suavizada. Aquela armadura pesada, enferrujada e rangente começa, enfim, a parecer menos monolítica. Com a inspiração, ela começa a ruir e percebemos que podemos respirar profundamente e relaxar. Bondade e ternura começam a emergir. Não precisamos mais ficar tensos, como se estivéssemos o tempo todo na cadeira do dentista.

Quando expiramos alívio e sensação de espaço, também estamos promovendo a desintegração da couraça. A expiração é uma metáfora para expressar a abertura total de nosso próprio ser. Quando sentimos que algo é precioso, em vez de nos apegarmos fortemente, podemos abrir as mãos e dividi-lo com os demais. Podemos dar tudo. Podemos compartilhar a riqueza desta insondável experiência humana.

Este trecho foi extraído do livro "Quando tudo se desfaz - orientação para tempos difíceis" de Pema Chödön- Editora Gryphus.

Amar vale a pena












Descubra as maneiras de abrir caminho para o encontro amoroso e as atitudes para conservar a paixão.


OS FILÓSOFOS E OS CHEQUES SEM FUNDO









OS FILÓSOFOS E OS CHEQUES SEM FUNDO



Quem disse que os grandes pensadores, que já batizaram correntes filosóficas que entraram para a História, não podem batizar cheques que entraram para a Compensação - e voltaram?


Em primeira mão, algumas das denominações
filosóficas mais consagradas para os populares borrachudos:

Cheque Nietzsche: O eterno retorno.

Cheque Caverna de Platão: Você vai checar o saldo e nem sombra.

Cheque Kant: Se não sacar a priori, babaus.

Cheque Descartes: Compenso, logo não existo.

Cheque Pitágoras: Faz o triângulo perfeito: emitente - compensação -
emitente.

Cheque Pirro: Desperta total ceticismo em relação ao saldo.

Cheque Diógenes: Na lista de compensáveis é sempre o lanterninha.

Cheque Hume: É o que o gerente murmura quando o dito cujo chega às mãos
dele.

Cheque Hegel: O saldo é uma antítese. A síntese é o cartório.

Cheque Heráclito: Tudo é fogo. Principalmente tentar descontar um destes.

Existem mais, existem mais. Quem nunca levou um voador que atire a primeira precatória.

Frase





"Aprendamos a viver juntos como irmãos; caso contrário, vamos morrer juntos como idiotas" (Martin Luther King)

"(...) penso e me relaciono, logo existo".

Banho





Vejamos quais são as diferenças entre o banho de uma mulher e o banho de um homem...



BANHO DE MULHER

# Tira a roupa e coloca no cesto de roupa suja, segundo a tonalidade das cores.

# Caminha ate o banheiro com um hobby. Se encontra o namorado/marido no caminho, cobre o corpo e sai correndo para o banheiro.

# Para diante do espelho e analisa o corpo. Força a barriga para fora para poder se queixar que esta mais gorda do que realmente esta.

# Antes de entrar na banheira, organiza a toalha para o rosto, a toalha para os branços e pernas, a das costas, etc...

# Lava o cabelo com shampoo de ervas com 83 vitaminas.

# Repete o processo de lavar o cabelo com o shampoo de 83 vitaminas.

# Enche o cabelo com condicionador abacate/mel com 67 vitaminas e deixa por 15 minutos.

# Lava o rosto com uma mistura de pêssego por 10 minutos até que o rosto fique vermelho.

# Lava o resto do corpo com sabão de nozes e morango para o corpo.

# Tira o condicionador do cabelo. Este processo leva 10 minutos.

# Ela deve estar segura que todo o condicionador foi retirado.

# Depilação de axilas, pernas e área do biquíni.

# Reclama fervorosamente quando seu namorado/marido aperta o botão do inodoro e rouba a pressão da água.

# Desliga a ducha.

# Escorre toda a água dentro da ducha.

# Sai da ducha e se seca com uma toalha do tamanho da África.

# Coloca uma toalha super absorvente na cabeça.

# Revisa mais uma vez o corpo em busca dos detalhes.

# Retorna ao quarto com um hobby.

# Se encontra o namorado/marido, se cobre mais ainda e sai correndo para o quarto.

Finalmente, 1:30h depois está vestida.



BANHO DE HOMEM


# Tira toda a roupa enquanto esta sentado na cama e deixa tudo jogado pelo piso do quarto.

# Sai pelado ate o banheiro. Se encontra a namorada/esposa no caminho, balança o pênis e anda como um elefante.

# Para defronte ao espelho para ver o físico. Encolhe a barriga. Revisa o tamanho do pênis. Coca o saco.

# Entra na ducha.

# Não se preocupa com toalhas pois, não as usa.

# Lava o rosto com sabão azul.

# Se mata de rir com o barulho que fez o pum dentro do banheiro.

# Lava as partes privada e redondezas. Geralmente deixa pelos no sabão.

# Lava o cabelo com qualquer shampoo. Não usa condicionador.

# Faz um penteado "Punk".

# Sai da ducha para ver no espelho, como ficou seu penteado "Punk".

# Mija dentro da ducha.

# Tira todo o shampoo e sai imediatamente da ducha.

# Não se da conta de que todo o banheiro esta molhado pois, tomou banho de box aberto.

# Quase seco, para outra vez diante do espelho. Contrai os músculos e revisa o tamanho do pênis e coca o saco.

# Sai do banheiro e deixa a luz acesa.

# Volta para o quarto. Se encontra a namorada/esposa no caminho... volta a imitar o elefante.

# Chuta as roupas que estão no piso do quarto para um canto.

Finalmente, 2 minutos depois esta vestido.








Oração dos estressados



Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que não posso aceitar, e a sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.
Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois eles podem estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.
Ajude-me, sempre, a dar 100% no meu trabalho... 12% na segunda-feira, 23% na terça-feira, 40% na quarta-feira, 20% na quinta-feira e 5% na sexta-feira.
E... Ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enchendo o saco, que são necessários 42 músculos para socar alguém e apenas 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo para aquele lugar...
Que assim seja!!!
Viva todos os dias de sua vida como se fosse o último. Um dia, você acerta.


( Luís Fernando Veríssimo)

Espírito criador







Espírito criador


Leonardo Boff



Entender a realidade como teia intrincada de relações, como vimos em nosso artigo anterior, é situar-se no seio daquela experiência que permitiu a moderna cosmologia falar de espírito. Nisso ela coincide com as tradições transculturais da humanidade. Spiritus para os latinos, pneuma para os gregos, ruah para os hebreus, mana para os melanésios, axé para os nagô e iorubá de África e seus descendentes nas Américas, wakan para os indígenas dacotas, ki pra os povos da Ásia norte-oriental, shi para os chineses, pouco importam os nomes, sempre temos a ver com uma energia originária que tudo perpassa, que faz do universo um incomensurável organismo e se manifesta como realidade em emergência, em flutuação e em abertura para o novo, numa palavra, como vida e espírito.

Foi o animismo (animus = espírito) que captou essa dimensão da realidade. Como notaram notáveis antropólogos como E. B. Taylor, o animismo não configura uma visão mágica, antes, uma maneira coerente de ler o universo e cada coisa a partir do princípio da interação, da vida e do espírito. Nós modernos somos também, de nosso jeito, animistas na medida em que vivenciamos o mundo afetivamente e não apenas como objeto neutro. Tudo tem valor e transmite uma mensagem, os animais, as árvores, os ventos, as casas e as pessoas. Todos eles possuem, por sua presença, um dinamismo que nos afeta e nos faz interagir. Eles são portadores de “espírito” porque falam e estão carregados de simbolismo. Por causa desta irradiação é possível a poesia, a arte, a inspiração em cada ordem de conhecimento até naquele mais formalizado da física.

O xamanismo surge desta leitura da realidade. O xaman não é simplesmente um entusiasta, mas alguém que tem acesso às energias cósmicas e através de sons, ritos e danças as torna benfazejas para os seres humanos. Cada um possui sua dimensão xamânica que, despertada, nos ajuda na sintonia com o equilíbrio dinâmico de todas as coisas. Quando falamos do espírito humano, não nos referimos a uma parte mas ao todo do ser humano, ao seu modo de ser autoconsciente, capaz de perceber totalidades e de ser um nó de relações, voltado em todas as direções.

A fonte originária de todo o ser foi chamada com freqüência de espírito. Dizer “Deus é Espírito” é expressar Deus no quadro da vida, da comunicação, da criatividade, da paixão e do amor. Vale dizer, aquela energia que subjaz a todas as demais energias, enche todos os espaços e tempos e continuamente cria e recria: o “Spiritus Creator”. Os cristãos em seu credo professam: “Cremos no Espírito Santo, Senhor e Fonte de vida”. A expressão “Senhor e Fonte de vida” expressa a conexão do Espírito com a vida e o “espírito” na criação. Em nós se revela como entusiasmo (em grego, ter um Deus dentro). O Espírito está em todas as coisas e todas as coisas, no Espírito. Eis o pan-en-espiritualismo, similar ao pan-en-terismo (não é panteismo).

Do Oriente nos veio esse pequeno poema que bem traduz a mútua presença: “O Espírito dorme na pedra, sonha na flor, acorda no animal e sabe que está acordado no ser humano”. Tal visão nos propicia uma fecunda mística cósmico-ecológica. Encontramos-nos mergulhados num campo de absoluta energia que alimenta as energias do universo e a nossa própria energia vital e espiritual.

Leonardo Boff é teólogo e escrito