24 de novembro de 2007

RELAÇÕES ABERTAS





RELAÇÕES ABERTAS
(...)
Tive muitos amores, restaram-me dois. Propus um triângulo, coração invertido. Mas eles não acreditam na isonomia sentimental. Dizem que os tempos não estão para experimentações. Recusaram.

Não sou tão antigo quanto eles, mas também não acredito mais. Me fizeram escolher, escolhi a porta da rua. Não tenho nada com isso, a geometria que se entenda com eles. Mesmo tendo dono, nenhuma coleira pode conter os sentimentos da gente. E eu gosto é de gente. Amo os que vivem soltos no mundo, perdidos, assim do meu jeito.

Passeio na chuva sozinho, sem dono. Vadio sem respostas enquanto eles roem o osso duro do ofício de existir. Se me querem em casa, protegido, previsível, amestrado, vacinado, que fiquem em companhia de suas miragens e finais felizes e contas a pagar. Sou de raça sim, mas prefiro a rua. Tenho coração vira-lata. Isso é melhor que cartão de crédito sem limites na hora de garantir a ração... (...)

(Guilherme Glax)

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