18 de junho de 2008

Sobre a paixão






Sobre a paixão


Para Rubem Alves, a paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada apenas sugere o obscuro objeto do desejo ausente.

A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa.


"O amor começa por uma metáfora", diz Milan Kundera, e talvez nunca deixe de ser.


Quem não conhece a famosa frase de Pascal:


"O coração tem razões que a própria razão desconhece"?


Parece que:


" O amor nasce, vive e morre pelo poder-delicado-da imagem-poética que o amante pensou ver no rosto da amada."



"Gostamos de alguém porque;amamos alguém apesar de."

Henri de Montherland






Sobre o amor


Numa crônica maravilhosa sobre o amor, Rubem Alves, cita vários autores, entre eles: Kierkegaard, Santo Agostinho e Drummond.


Kierkergaard, segundo Rubem, achava um absurdo se pedir aos amantes explicações para o seu PRÓPRIO AMOR.

A esta pergunta eles só posssuem uma resposta: o silêncio. Agora se fosse pedir para falar sobre, tudo bem.

Mas falar sobre não é explicar. Falar é fácil.

Explicar é que é fogo!

Parece que amor só pode existir enquanto felicidade a partir da ignorância das suas razões.


Santo Agostinho questiona:


"Que é que eu amo quando amo a Deus?"
(etcha perguntinha, hein?)



Imaginem se um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada:


"Que é que eu amo quando te amo?"


Seria talvez, o fim de um estória de amor. Pois essa pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada, o mante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de hermann Hessse:

" O que amamos é sempre um símbolo."

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