Sobre a paixão
Para Rubem Alves, a paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada apenas sugere o obscuro objeto do desejo ausente.
A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa.
"O amor começa por uma metáfora", diz Milan Kundera, e talvez nunca deixe de ser.
Quem não conhece a famosa frase de Pascal:
"O coração tem razões que a própria razão desconhece"?
Parece que:
" O amor nasce, vive e morre pelo poder-delicado-da imagem-poética que o amante pensou ver no rosto da amada."
"Gostamos de alguém porque;amamos alguém apesar de."
Henri de Montherland
Sobre o amor
Numa crônica maravilhosa sobre o amor, Rubem Alves, cita vários autores, entre eles: Kierkegaard, Santo Agostinho e Drummond.
Kierkergaard, segundo Rubem, achava um absurdo se pedir aos amantes explicações para o seu PRÓPRIO AMOR.
A esta pergunta eles só posssuem uma resposta: o silêncio. Agora se fosse pedir para falar sobre, tudo bem.
Mas falar sobre não é explicar. Falar é fácil.
Explicar é que é fogo!
Parece que amor só pode existir enquanto felicidade a partir da ignorância das suas razões.
Santo Agostinho questiona:
"Que é que eu amo quando amo a Deus?"
(etcha perguntinha, hein?)
Imaginem se um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada:
"Que é que eu amo quando te amo?"
Seria talvez, o fim de um estória de amor. Pois essa pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada, o mante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de hermann Hessse:
" O que amamos é sempre um símbolo."
18 de junho de 2008
Sobre a paixão
às 16:48:00
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