"Fiz de mim o que não soube.
E o que podia fazer de mim não o fiz.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara."
(Fernando Pessoa - Tabacaria)
O melhor de mim está preso à tradições,
sofre com prisões que eu mesmo criei,
se nega a aceitar fatos acontecidos,
se rende ao passado e desdenha o futuro.
Sofro por não querer acordar,
a realidade dolorosa me assusta,
prefiro o quarto escuro dos meus sentimentos,
sentimentos que me embriagam, me entorpecem,
assim, permitem-me viver, mesmo que á sombra,
mesmo que distante da realidade.
Longe de ti, as estradas são compridas demais,
as cercas enormes, as montanhas se agigantam,
o chão é sempre de barro batido, e meus pés doem,
longe de ti, até as noites são escuras demais.
O melhor de mim, estava sempre junto de ti,
hoje pouco resta, meu sorriso amarelou,
sou uma velha foto no armário,
onde outrora brilhava...
Onde está o melhor de mim?
Onde está a minha porção gente?
Onde está você, que grito e não me ouve,
chamo e não responde?
imploro e não liga?
morro e nem sente...
Procuro-te, não me basta saber que existes,
preciso te tocar, sentir, desafiar o tempo.
Tempo esse que escorre pelos meus dedos,
no quarto escuro que me escondo,
na certeza de que o amor é remédio,
que minha alma tem cura,
e te procura na longa noite que não termina.
Onde está o melhor de mim?
Eu acredito em você.
Paulo Roberto Gaefke
www.meuanjo.com.br
31 de julho de 2008
Fernando Pessoa
às 17:00:00
Marcadores:
FERNANDO PESSOA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário