Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena
(Clarice Lispector)
Edson Marques
29 de agosto de 2008
Mude
às 18:37:00
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Nosso medo
Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida.
É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora. Nós nos perguntamos: Quem sou eu para ser Brilhante, Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso? Na realidade, quem é você para não ser? Você é filho do Universo. Você se fazer de pequeno não ajuda o mundo.
Não há iluminação em se encolher, para que os outros não se sintam inseguros quando estão perto de você.
Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas, permissão para fazer o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo, nossa presença, automaticamente, liberta os outros.
Léo Buscaglia
às 18:35:00
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Khalil Gibran
Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:
-- "É um louco!"
Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
"Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
E a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Khalil Gibran
às 18:34:00
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Você pode
Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.
Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.
Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela a falta de gente à sua volta.
Você pode ouvir o seu coração e viver apaixonadamente ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.
Você pode deixar como está para ver como é que fica ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.
Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.
Você pode amaldiçoar sua sorte ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a vida lhe oferece.
Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre você é quem decide o tipo de vida que quer levar.
Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.
Você pode viver o presente que a Vida lhe dá ou ficar preso a um passado que já acabou e, portanto não há mais nada a fazer, ou a um futuro que ainda não veio e que, portanto não lhe permite fazer nada.
Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo das coisas que você é e possui ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.
Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.
Você pode continuar escravo da preguiça ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.
Você pode aprender o que ainda não sabe ou fingir que já sabe tudo e não precisa aprender mais nada.
Você pode ser feliz com a vida como ela é ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.
A escolha é sua e o importante é que você sempre tem escolha.
Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar - sozinho e sempre - o peso das escolhas que fizer...
(autor desconhecido)
às 18:32:00
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Caminhe
Caminhe
Caminhe graciosamente com a vida. Não esbarre com os outros. Se alguém está bloqueado em algum nível, dance. Ele não está errado, só não consegue fazer de outro jeito. É o jeito mais confiável para ele. O equilíbrio é a lei universal. Você não precisa controlar ninguém. Você não precisa forçar a harmonia. Retire suas mãos do controle. Torne-se sensível à necessidade e a harmonia virá. Tornar-se sensível é a chave. Controlar precisa ser trocado por comunicar. Deixe que os outros estejam totalmente livres para o que quiserem. Comunique se o desagrada. Troque controle por sensibilidade e comunicação. Sem julgamento de certo ou errado.
A vida é simplesmente o que ela é. Você pode apenas dançar com o que lhe acontece. Você pode tornar-se tão direto e preciso exatamente no ponto que está acontecendo com você se sintoniza com estes níveis de equilíbrio, tudo em volta equilibra-se com a sua sintonia. Através de seu encontro a harmonia se espalha ao seu redor. Torne-se um espelho de apoio. Esteja atento aquilo que é. Sensível a tudo que ocorre a você. Quando falamos da verdadeira comunicação, falamos de um ato de amor. Isto é uma meditação por si só. Quando você está tentando controlar, isto apenas cria uma desarmonia maior. Aprenda a comunicar e compartilhar seus sentimentos ao outro. Aprenda a se entregar. O caminho da entrega é o caminho em direção à harmonia, à unidade da vida. Não é possível estarmos em unidade com o universo enquanto não estivermos em unidade com todas as coisas. Reconheça sua essência divina. É a essência divina de todas as coisas, não existe separação. Eleve-se acima da ilusão. Seus desejos podem ser instantaneamente preenchidos. O destino de sua vida é gerado pelas energias que o fazem sentir em unidade com tudo que é. TAO. E quando o todo começa a mover você, torna-se Cristo. Viver na energia daquilo que é. Quando somos movidos pelas energias universais de “momento a momento”, acontece a integração, isto é amor, é liberdade, é dança, é a nossa meditação, nossa maior conquista, é você, sou eu.
Robert Happé
às 18:28:00
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Poesia
Poema XXXI
Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Paulo Leminski
às 18:26:00
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Teses: Cibercultura
Teses: Cibercultura
Os diários íntimos na Internet
e a crise da interioridade psicológica
Ciberantropologia.
O estudo das
comunidades
virtuais
A INTERNET COMO FERRAMENTA
PARA O DESENVOLVIMENTO
DA IDENTIDADE
Sensações digitais:
espaço, identidade
e corporificações
na realidade
virtual*
às 18:23:00
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Oração
Que cada dia possamos nos olhar de maneira diferente;
Que a certeza que temos de nós caia por terra como
um fruto maduro que cumprindo seu ciclo de vida segue seu rumo;
Que a pequena visão se transforme na grande visão;
Que a vida não passe por nós e sim que nós passemos por ela;
Que a alma se abra e se ilumine pelas coisas simples;
Que a simplicidade seja a minha guia hoje e sempre;
Que o meu olhar para mim se torne o novo olhar para a vida;
Que eu me torne cada vez mais eu, cada vez mais tu, cada vez mais nós;
E que os véus que me cubriam até aqui não tenham mais medo de revelar o que sou!!!
às 18:20:00
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28 de agosto de 2008
Prepotência
PREPOTÊNCIA
Se tantas pessoas ilustres erraram em suas "firmes opinões", será que também nós não estamos errando em muitas das nossas firmes conclusões?
Todos nós cometemos equívocos...
dos mais simples aos mais crassos...
alguns erros passam desbercebidos..
outros tornam-se históricos...
Os cometem, pessoas humildes e outras
com extensos currículos e reputações.
"Esses "equívocos" curiosos tirei de uma apóstila de um curso que fiz com o Professor Alkindar de Oliveira, da Escola de líderes.)
TODOS NÓS NOS EQUIVOCAMOS
O famoso violinista e compositor alemão Louis Spohr opinou, após a primeira audição da Quinta Sinfomia de Beethoven: "Uma orgia de sons vulgares". Spohn errou.
Comentário feito em 1872 por Pierre Pochet, professor de fisiologia em Tolouse: "A teoria dos germes de louis Pasteur é uma ficcção ridícula."Pierre Pochet errou.
Em 1737 Johan Aldof Sheibe, conhecido compoistor e cr´tico de música alemão: "As composições de Bach são desprovidas de beleza, harmonia e claridade melódica".Sheibe errou.
Palavras de Albrechsber, professor de composição de Beethoven: "Beethoven nunca aprendeu nem aprenderá coisa alguma. Como compositor é um caso perdido". Albrechsber errou.
Em 1895 Lord Kelvin afirmou: "A máquina voadora mais pesada que o ar é impossível". Lord Kevin errou.
Em 1900 a revista American Cinematographer comentou: "O cinema é uma novidade que durará um temporada". A revista American Cinematographer errou.
"O raio X é uma mistificação". Frase dita em 1900 por Lord Kelvin, físico e Presidente da British Royal Society of Science. Lord Kelvin errou.
Em 1902 o escritor H.G. Wells comentou: "Recuso-me a acreditar que um submarino faça outra coisa além de afundar no mar e axfixiar sua tripulação". Wells errou.
O grande Edouard Manet comentou com o também grande Claude Monet: "Esse rapaz Auguste Remoir não tem o menor talento. Diga a ele para desistir de pintar". Manet errou.
Sócios da David Sarnoff, em respostas a convites para investir em rádio na década de 20: "A caixa musical sem fio não tem valor comercial. Quem pagaria por mensagens enviadas a ninguém em especial?". A David Sarnoff errou.
Palavras do Presidente do Michugan Savings Bank ao aconselhar o advogado de henry Ford a não investir na ford Motor Company: "O cavalo veio para ficar, mas o automóvel é apenas uma novidade passageira". O Presidente do Michigan Savings Bank errou.
Henry Ford, quando os seus primeiros carros foram fabricados, afirmou que jamais um carro atingiria velocidade superior a 60 quilômetros por hora. Henry Ford errou.
Harry Warner, da Warner Bros., opinou, em 1927, quando o cinema falado ainda engatinhava e o cienma mudo era o grande sucesso: " Quem é que quer ouvir atores falando?" Warner errou
Em 1939 o jornal The New York Times opinou: "A televisão nunca fará séria concorrência ao rádio porque as pessoas precisam sentar e fixar os olhos na tela. A família americana não tem tempo para isso". The New York Times errou
Thomas Watson, presidente do conselho de administração da IBM, em 1943 firmou: "Acho qque no mercado mundial há lugar talvez para cinco computadores". Watson errou.
"O Japão jamais vai alir-se ao Eixo", garantiu quem tinha autoridade para garantor, o General Douglas Mac Arthur, em 27 de setembro de 1940, véspera da dita aliança. O general Mac Arthur errou.
Em 1945, antes da bomba de Hiroshima, Vannevar Bush, um assessor presidencial, avisou: " A bomba nunca vai explodir, e estou falando na condição de um "expert" em explosivos". Bush errou
"Até julho sai de moda". Frase da revista Variety, sobre rock n roll, em Março de 1956. A revista Variety errou
Em 1946 Dary F. Zanuck, presidente de 20th Century Fox disse: " Após seis meses, a televisão não se manterá no mercado que por ventura houver conquistado. As pessoas logo ficarão enjoadas de contemplar todas as noites uma caixa de madeira". Dary Zanuck errou.
Em 1958, o astrônomo inglês Dr. Woolsy proclamou: " As viagens espaciais não têm nenhuma expectativa de sucesso. São uma completa bobagem".O Dr. Woolsey errou.
Ken Olsen, fundador da Digital, em 1977 disse: " Não há motivo para alguém ter um computador em casa".Ken Olsen errou
às 15:52:00
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Erros
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Frase
REALIDADE VIRTUAL
O que sou pra você?
Sou apenas versos e tenho muitas prosas.
Sou a palavra escrita na tela do computador.
Não me olha, não me toca, não me ouve.
Só me lê. Só me aplaude .
Não revelo meu segredo.
Não ficamos juntos vendo o mar.
Cláudia Villela de Andrade
às 15:50:00
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Feases
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Frases
A verdade absoluta existe, mas o que muda é a nossa percepção dela, é o aspecto subjetivo daquele fato objetivo. Assim é que para cada plano evolutivo que atravessamos, achamos para nós uma verdade relativa diversa, dependente do nosso ponto de vista e da sua variação. Essas verdades relativas parecem contradizer-se; entretanto, completam-se. (.....) A verdade absoluta, total, completa, nos escapa. Ela está em "Deus", não no homem.
às 15:48:00
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Frases
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Frase
"O homem situado no relativo não pode perceber mais que uma verdade particular e relativa, aproximada e progressiva, mas justamente por isso, em movimento e relacionada com a outra, que é absoluta e imóvel. O homem não pode, dessa forma, compreender, senão por sucessivas aproximações."
às 15:46:00
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Frases
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CADA SER HUMANO É ÚNICO
CADA SER HUMANO É ÚNICO
O ser humano é singular, particular e individual.
Os existencialistas dizem que a existência é um processo de construção da interioridade, que se circunscreve como produto do "risco individual", que requer de cada pessoa adesão, consciência de que não há respaldo e nem garantias, que os critérios a serem seguidos pertencem à lógica subjetiva do íntimo e pessoal, e não à generalizante e matemática, cujo compromisso é com o universal, genérico e abrangente.
A cada instante somos tentados a seguir no caminho de "todos", da "massa", (se é que isso é possível...) somos direcionados, rotulados...seduzidos a generalizações, ou seja:
Torno-me número no banco...
Torno-me engrenagem do trabalho...
Torno-me um personagem na família...
Torno-me uma estranha pra mim...
Enfim... vejo-me:
Um Ser "pré-concebido"...
Um Ser "pré-fabricado"...
Um Ser "pré-disponente"
Um Ser "pré-destinado"...
a SER qualquer coisa para "o outro"
e nada para mim...
Sou o desejo do meus pais...
Sou o desejo do Estado...
Sou o desejo do Mercado...
Sou o desejo da Mídia...
Tudo realizo pelo outro
e nada por mim...
A esse processo Heidegger chamou de "Inautênticidade".
E essa falta de autênticidade, cujo caráter essencial se estabece nas próprias relações sociais (do homem com seu semelhante, consigo, com o meio físico e demais desdobramentos), dá origem a uma estrututra maior, complexa que se auto-perpetua e se alimenta, é a "Lei da massa".
Cá entre nós... estamos vivendo o CAOS, os próprios cientistas confessam... a Ciência é/está como a Torre de Babel... ninguém fala a mesma língua, ninguém se entende. Vivemos uma transição paragmática importantíssima...
Não sei quanto a vocês... mas eu não quero Dogmas... eu não quero Mestres... muito menos Messias, Profetas ou Visionários, não quero ninguém ditando regras e dizendo como as coisas estão... ou como serão daqui pra frente... Não quero Acadêmicos, Doutos,prevendo o futuro por conta de um "suposto-saber-hipotético-dedutivo". (Atualmente acerta mais a Mãe Dinah, do que o Homem do tempo...rssss)
O futuro é uma incógnita, principalmente na Internet. Quando leio sobre previssões nesta área, me vem aquela idéia (talvez persecutória) de: "Prever para poder controlar" e isso me dá arrepios...
E o mais legal de tudo isso é que a minha geração por exemplo está tendo a oportunidade de ver essas mudanças acontecerem "a olho nu", coisa que as gerações que nos precederam não viram, por terem passado por processos muito mais lentos... quase que imperceptíveis. Eu sou de uma geração que lutou pela democracia, que sofreu resquíssios da didatura militar, que viu o crescimento urbano quase que literalmente, diante dos próprios olhos...
Ter um aparelho de televisão em casa na minha infância pobre era um luxo de poucos. Sou de uma geração entre a pílula e a AIDS, entre a inocência dos bailinhos de garagem e a disseminação do uso de crack... Velocidade, movimento, mudanças, sistemas complexos de relações e reações imprevissíveis... é isso que vejo com meus olhos quando olho o exterior...
Bem... acho que perdi o fio da meada... eu pensei em escrever sobre uma coisa e depois fui em outra direção... tudo bem...
Ah... lembrei....
Então... uma coisa que venho percebendo entre nós, é que estamos “blogando” todos do mesmo jeito, seguindo modelinhos... daqui a pouco haverá o : "manual do Blogueiro - 10 lições para chegar ao sucesso"... se já não tem...)
Caramba! que porra de liberdade é essa?!?
Existirá alguém capaz de olhar para o fenômeno sem querer usar esse conhecimento para direcioná-lo?
Eu pessoalmente acredito, que estamos num momento crucial.
Para aonde quer que eu olho, me deparo com pessoas, experts, dando dicas, dizendo o como devemos exercer a nossa liberdade de expressão dentro de novo contexto, até aí tudo bem, mas você entra no âmago da coisa, você vai percebendo que eles começam a desfiar, listar um monte de restrições... do tipo: "Para ser livre você não pode...ser assim, deve evitar aquilo outro..."
A internet trouxe uma possibilidade de "revolução" tão abrangente, tão poderosa que é aquela coisa: "é agora ou nunca"... ou a gente toma as rédeas e começa uma "Nova Era Civilizatória" ou então... espera o próximo bonde... questão de escolha (sempre). Depois vem as vítimas, os coitadinhos, os dominados, os explorados..."os sem-isso", "sem-aquilo"...
Ninguém assume que é "bunda-mole", "pelego", "irresponsável", "pseudo-cidadão", "negligente", "omisso"... não percebe (ou não quer ver) que cada vive, experiência e acaba sendo o que ele próprio fez a si mesmo, através de suas escolhas.
E quando digo responsável não estou dizendo culpado, essa coisa da culpa é outra estória, herança judaica-cristã...criada só pra coagir-nos... não .. não é isso... responsa é outra coisa...
Responsabilidade é co-participação, é engajamento, comprometimento, é consciência holística, é a percepção de que embora sejamos únicos em nossa individualidade, somos também parte de uma coisa maior, onde cada um, faz uma puta diferença... e não fazer nada, já é fazer alguma coisa, não escolher, já é um escolha e que se você não faz parte da solução, você faz parte do problema... e aí meu? Como fica?
Se esse mundo está uma bosta, fomos nós que o fizemos, nós homens-terráquios... "homens, super-homens", não foram os Marcianos... ou os Deuses Olimpo. Fomos nós, enquanto humanidade numa posição ativa, passiva. omissa, do lado de cá ou do lado de lá... isso não importa, Inês já é morta...
Eu não sei não... eu tenho alguns palpites como:
"Ter na Mente, Mente Terna e Mente Terna Eternamente"
Trocadilho horrível com o Walter, rsss
Os "erros", os "equívocos" fazem parte do processo de aprendizagem, nós descartamos ai por milênios inúmeras possibilidades... por exemplo: Que guerra não está com nada... que exploração econômica mais cedo mais tarde acaba repercutindo em seu ponto de partida... que ter dinheiro e ser escravo dele e estar a mercê da violência dos que não tem é um inferno em vida... putzs... quantas coisa bacanas nós aprendemos... mas e aí? o que a gente faz com esse conhecimento?
Mas acho que é bem po ai...
Mente aberta para assimilar o novo.
Flexibilidade.
Comprometimento.
Criatividade
Criar, inovar, sem medo de ser diferente da massa.
Buscar o prazer e evitar a dor com responsabilidade e respeito ao si mesmo, ao outro, aos animais, ao planeta, pois "tudo que move é sagrado"
Amar incondicionalmente, sem medo de parecer bobo, piegas, ridículo...
“AME E DÊ VEXAME “
seja anárquico, diria o danado do Freire...
Medo do ridículo?
Bobagem... se eu tivesse essa preocupação...
Temesse por uma subjetiva reputação..
Não estaria aqui...
Quandos gênios no seu tempo foram taxados de loucos, ridículos...
Einstein, Freud, Dali... e tantos outros que ousaram...sairam da massa...
Mexeram em vespeiros... ousaram... atualizaram-se...
Um amor declarado jamais será ridículo...
Um abraço inesperado, um telefone sem motivo...
Uma palavra de alento, um beijo roubado...
Nisso tudo há vida, há um existir...
Que nos afasta do vazio...
Pois a maior dor humana é o vazio existencial...
Um sentimento de morte em vida...
Um sentimento de não pertencimento..
De não-existência, de não-eu.
Pode-se chamar de angustia? Sim.
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã."
"O que somos neste dado momento (aqui/agora) não esgota todas as possibildades que temos em nós"
Neste paradigma acontece o seguinte:
"Eu sou o que eu não sou e não sou o que sou.
Ele é o que não é e não é o que é
Você é o que não é e não é o que é.
Vai dizer que eu pirei?
É apenas um modo de ver a realidade, é fenomenólogica, pois não há a prioris, você não se utiliza de uma teoria para explicar oum dado fenômeno, você observa o fenômeno e deixa que ele se mostre a você. É existencialista, pois este fenômeno observado é a propria existência.
Não há determinismo, há movimentos , digamos, "aleatórios" (por falta de terminologia), sistêmas complexos de interação, que não conseguimos ainda entender e acompanhar... muito menos prever. Acontece hoje com a Internet, você manda um e-mail para um grupo de pessoas e você não consegue prever aonde as informações poderam chegar e que repercussão poderão ter... (é viral...rssss)...
Difícil assumir que perdemos o controle, né?
E... como é bom perder o controle, perceber que embora tenhamos planos para amanhã as 8:00 horas...
Talvez não cheguemos... basta um chuva... um apagão... um acidente de trânsito a 20 kilometros... um caminhão quebrado...
Percebo que na vida existem sempre dois movimentos contrários, mas que estes não competem, mas se complementam.
Quando você está dirigindo numa estrada sem movimento, você controla tudo, sua velocidade, se quer ficar mais a direita ou mais a esquerda, se resolver virar, tomar outro rumo, vc está livre para isso, portanto conduz, controla.
Mas se mais a frente se depara com um congestionamento, com outras pessoas iguais a você, você não mais conduz a situação, pelo contrário, você é conduzido por ela, você vai andar, quando os carros da frente andarem, se quiser virar a diretita e a passagem estiver obstruída, terá que seguir em frente, independendte do seu querer, terá que se submeter.
A vida em sociedade é assim, temos uma liberdade condicionada. Condicionada a inúmeros eventos, regras, fenômenos, aos quais temos que nos submeter, muitos deles desconhecidos... despercebidos..
Por isso a importância de entender o que é autenticidade, o que é liberdade e o que é livre-arbitrio, culpabilidaade, angustia, temporalidade, espacialidade, essa questão do "ser-e-não-ser", de "ser-para-si" e "ser-para-os outros", a questão da morte e da vida... são todos essas questões existênciais
Só para exeplificar, necessariamente:
Ser diferente dos outros não é ser autêntico (usar roupas estravagantes,, brinco, percing no nariz);
Fazer sempre as escolhas e ser autêntico não é a mesma coisa;
A autênticidade não é uma atitude de você para o mundo ou com as outras pessaos, mas de você para com você mesmo.
Posso estar mentindo para o mundo, mesmo assim sendo autêntico...
Posso mascarar-me... para o mundo... mas desde que eu saiba quem sou eu e os motivos pelos quais eu hajo dessa maneira, estarei sendo autêntica e quem é autêntico, é livre, quem é livre está mais perto da felicidade, da plenitude.
Minha sugestão é para que busquemos a autênticidade, este movimento, que não diria interno, porque não existe interno e externo, existe um fluxo, uma constante interação entre todas as coisas...
Esta é minha visão de mundo hoje/agora
Uma opinião que retrata, que captura dentro do espaço tempo, uma percepção de mundo que pode mudar...
É a minha verdade relativa... e que ela seja apenas objeto de reflexão...
Que ela chegue a você como sugestão... um pensar...
Uma - entre inúmeras possibilidades,
Não é indução, não busco convencer...
É a minha voz... e eu quero ouvir a tua.
com todo meu respeito e compreensão... não há competição, não precisa ter.
Sejamos apenas críticos, não sejamos escravos dos modismos...
Perceba uma coisa:
Você não precisa “linkar”...
Você não precisa postar todos os dias...
Você não precisa falar palavrões...
Você não precisa responder a testes...
Você não precisa ser hermético ou engraçado o tempo todo...
Você simplesmente não precisa...
a menos que você queira...
E por quê não?
Por que você pode ser livre...
É uma conquista recente... mas legítima...
Você só precisa ser você mesmo...
Eis o nosso maior desafio... a autenticidade...
Na liberdade está intrínseco o respeito ao outro, à diversidade...
(senão... não é liberdade, é prepotência, egocentrismo, narcisismo)
Achar que somos "os bons" e o resto do mundo, um bando de "babacas"
É distorção dos valores fundamentais do humanismo, é cegueira cognitiva...
Não existem verdades que não possam ser questionadas...
Cuidado!
Quando ninguém mais questiona o que a gente diz,
Nosso discurso não é mais discurso,
Virou sermão.... ditame...
Neste caso então, estaremos na contra-mão da História...
e... exaltar a SEMANA de 22,
sinceramente... meu caro, minha cara...
pode ser "cult"... chique... fino...
mas não faz sentido algum... pura retórica...
Faço do convite do Jorge, um convite meu:
" (...) Vamos unir nossas diferenças?
... porque todo mundo tem algo para mostrar...
Viva a música, o amor e a arte.
Viva a capacidade de pensar.
Viva a diversidade!! (...)"
(\__/)
(=’.’=)
(“)_(“)
às 14:19:00
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CADA SER HUMANO É ÚNICO
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Música
TRECHO DA MÚSICA
"BLOWIN IN THE WIND" Bob Dylan
"How many roads must a man walk down Before you can call him a man? How many seas must a white dove sail Before she sleeps in the sand? Am And how many times must the cannonballs fly Before they've forever banned? The answer my friend is blowing in the wind The answer is blowing in the wind"
(Por quantas ruas um homem deve andar antes de chamá-lo de homem? Por quantos mares deve um pombo branco velejar antes que durma na areia? E quantas bolas de canhões devem voar, antes que sejam pra sempre banidos? A resposta meu amigo, está sendo levada pelo vento, a resposta está sendo levada pelo vento...)
às 14:08:00
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Condição do humano
Condição do humano
Não são os esgares em torno ao nome,
o retorno a ele.
Afiançar-se.
Eu contemplo o lago em
suas fronteiras de vidro.
Sobre as provisões do eu e do eterno.
O silêncio engendrado na angústia da queda.
Na profusão dos verbos, interiores.
Jump - unconsciously graceful
movement de Jonathan Charles.
Mas o salto lançado.
O pertencimento como perda,
na dispersão mesma do corpo.
Em sua graça erradia,
quase equívoca.
Braços erguidos aos equilíbrios da esfinge.
E de que vêm desvelar-se,
assim, na projeção sem estudo.
Em suas fisionomias do mundo,
simetrias.
Como pássaros breves alçados
ao alimento da águia.
Pablo Simpson
Acordei bemol
acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido
"Leminsk é fodão..."
às 13:49:00
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Fernando Pessoa
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada
Fernando Pessoa
às 13:47:00
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Folhetim Bizarro
Folhetim Bizarro
(...) Diálogo esquizofrênico, literatura tosca, barbaridades sem medo, finais improvisados, escrotidão sublimada, segredos mal contados, vulgaridade refinada, chute na porta, orgulho arranhado, versões subjetivas, verdades escarradas, cheiro de água sanitária, hedonismo sem vergonha, voz contemporânea. (...)
http://folhetimbizarro.blogspot.com/
às 13:45:00
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Existência autêntica
A existência autêntica se caracteriza por uma abertura ao mundo de forma que toda a experiência torne-se em potencial significativa para o indivíduo que a vive. Essa forma de existir faz com que a pessoa se atualize perante as novas situações colocadas a ele pelas contingências mundanas, lançando-se num projeto de vida que se concretiza na ação no mundo.
às 13:40:00
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Heidegger
Sobre a "Serenidade" de Martin Heidegger
Por Isabel Maia
A ciência moderna postula sempre a monótona
estupidez do mundo que ela interroga
PRIGOGINE
A "Serenidade" é um belo texto de Heidegger onde ele reflecte sobre a essência da técnica moderna e onde mostra a necessidade de recuperar aquilo que ele chamou de pensamento meditativo. Não se trata de negar a técnica, obviamente, mas de repensar a nossa relação com ela. O apelo heideggeriano ao longo deste belo texto é, pois, o de mantermos acordado o pensamento já que o que o homem tem de mais próprio é, justamente, ser um ser pensante.
A técnica não é um instrumento neutral nas mãos do homem uma vez que ela pode ser objecto de diversos tipos de uso, ela poderá ser usada para o bem ou para o mal e também não deve ser encarada como um acontecimento acidental no mundo ocidental! Segundo Heidegger, a técnica consiste no resultado lógico, subsequente daquela evolução pela qual o homem, esquecendo-se do Ser, se deixou "amarrar" pelas coisas convertendo a realidade em puro objecto que há que dominar e explorar. Esta atitude acabou por se transformar numa verdadeira fé na técnica como possibilidade de domínio sobre todas as coisas. Assim, o esquecimento do ser não é um facto que atinja só o pensamento, mas determina todo o modo de ser do homem no mundo.i
Heidegger diz no seu texto "A Época das Concepções do Mundo" que a técnica mecanizada é um fenómeno essencial dos Tempos Modernos funcionando como o prolongamento mais visível da essência da tecnologia moderna. A ciência e a técnica mecanizada aparecem assim como duas importantes manifestações dos Tempos Modernos.
A ciência é, enquanto pesquisa, um fenómeno essencial dos Tempos Modernos, pois em consequência da emancipação do homem (o processo de libertação das amarras da Idade Média até atingir a sua própria liberdade), os Tempos Modernos introduziram o reino do subjectivismo e do individualismo.
A modernidade é também o domínio do princípio de razão. Este domínio coincide com a interpretação do "ente" como objecto, uma vez que o "ente" é posto perante um sujeito certo e seguro de si que assegura, por seu turno, o modelo técnico daquilo que é, e a questão abissal do ser é assim esquecida. A investigação e o método tecnologizam o pensamento, a ciência torna-se investigação pelo projecto que assegura no próprio rigor da investigação. O projecto e o rigor desenvolvem-se mediante o método.
É neste contexto que faz sentido a reflexão de Heidegger sobre a essência dos Tempos Modernos, reflexão essa centrada na necessidade de recuperar o pensamento meditativo. Para Heidegger, os ídolos da idade técnica, tais como a ciência, o progresso e a máquina devem ser destronados do mesmo modo que os da razão: a dignidade humana, os valores e as Ideias de Absoluto. É regressando ao Ser, isto é, ao que dá densidade aos seres e às coisas que podemos repensar o sentido dos antigos valores.ii
No seu texto "A Serenidade" e a propósito uma celebração em memória de um compositor, Conradin Kreutzer, Heidegger convida-nos a reflectir sobre a essência daquilo a que chamamos "pensar", começando por dizer que toda a comemoração exige que pensemos. Mas o que pensar, o que dizer numa festa consagrada à recordação de um músico?iii. Ora bem, a questão é então, até que ponto celebrar uma festa em nome da música não equivale a celebrar uma festa onde pensamos?iv Mas Heidegger diz-nos que não tenhamos ilusões, porque acontece a todos nós sermos pobres em pensamentos mesmo aos que fazem do ofício de pensar- dever profissional.
A carência de pensamentos é um hóspede inquietante que se insinua por todo o lado no mundo de hojev. Nos dias de hoje tudo se aprende da maneira mais rápida e mais económica e no momento a seguir é tudo rapidamente esquecido. Por conseguinte, dentro em breve, uma celebração é suplantada por outra celebração e, assim, as festas comemorativas tornam-se cada vez mais pobres em pensamentos.vi
No entanto, Heidegger acentua a dimensão pensante, meditativa, pois a compreensão é uma característica humana de forma que, mesmos que estejamos privados de pensar não renunciamos ao poder que temos de o fazer, tal como se nos podemos tornar surdos é precisamente porque ouvimos e se podemos envelhecer é porque já fomos jovens. Da mesma forma, se nos podemos tornar pobres em pensamentos ou, até, destituídos dos mesmos, é porque a essência do homem é, justamente, pensar, como diria Pascal "O homem é visivelmente feito para pensar. É essa toda a sua dignidade e toso o seu mérito.
Para Heidegger,a falta crescente de pensamentos repousa no processo que ataca a substância mais íntima do homem contemporâneo: o homem contemporâneo foge diante do pensamento e isso explica a falta de pensamentos e mais, o homem contemporâneo não quer sequer reconhecer esta fuga, muito pelo contrário, ele afirma o oposto remetendo para tudo o que o conhecimento científico tem produzido. Um tal pensamento tornou-se indispensável e reveste-se de um carácter particular: trata-se do pensamento calculador-parte-se de um projecto que se impõe, de um pressuposto que se põe em causa. O pensamento que conta, calcula. Submete ao cálculo as possibilidades todos os dias novas, cada vez mais ricas em perspectivas e ao mesmo tempo mais económicas.vii
O pensamento que calcula não nos deixa nenhum prazo e impele-nos de uma possibilidade a outra. O pensamento calculador não persegue, efectivamente, o sentido- ele antecipa, não se espanta, não medita.
Há, assim, dois tipos de pensamento por sua vez legítimos: o pensamento que calcula e o pensamento que medita e é este último que Heidegger tem em vista quando diz que o homem está em fuga perante o pensamento. Mas podemos perguntar: não andará o pensamento meditatitvo longe da realidade? Efectivamente, ele parece não ajudar nada nas realizações de ordem prática. Não será este pensamento demasiado "exigente", "elevado" para o entendimento comum? Na realidade, podemos até dizer que o pensamento meditativo é menos espontâneo que o pensamento calculador pois o pensamento que medita requer um esforço significativo, reclama alguns cuidados…
Por outro lado, qualquer um de nós pode, dentro dos seus limites seguir os caminhos da meditação, e porquê? Por que o homem é um ser pensante, isto é, meditativo e não é necessário que a meditação nos leve até "regiões superiores". É preciso que nos fixemos sobre aquilo que nos é próximo. Heidegger sublinha aqui a tónica no enraizamento. É da circunstância que devemos partir. É a partir do solo natal que uma obra de arte é criada e concluídaviii. Haverá uma terra natal onde o homem permaneça enraizado? Poderá o homem do futuro ser um ser meditativo? Como diz Heidegger, poderá o homem do futuro se desenvolver, poderá a sua obra amadurecer a partir de uma terra natal já constituída?, ou ficarão as coisas presas nas garras da planificação e do cálculo, da organização e do automatismo?ix
O enraizamento do homem está hoje ameaçado no seu mais íntimo e não só devido apenas às circunstâncias exteriores ou ao modo de vida superficial do homem, mas sim as espírito da época em que o osso nascimento nos fixou. O pensamento técnico fortaleceu-se, efectivamente, na Modernidade, de forma que se chega a afirmar que nasceu com ela. Mas se o pensamento técnico é algo que já existe no mundo grego, é na Modernidade que o paradigma da teoria e da praxis para a ser o paradigma técnico.
A nossa época está ameaçada pelo desenraizamento. Esta época tem o nome de idade atómica e a sua característica mais evidente é a bomba atómica. Heidegger diz-nos que o poder escondido no seio da técnica contemporânea determina a relação do homem com aquilo que ele é. Ela reina sobre a terra inteira. O homem começa já a afastar-se da terra para penetrar no espaço cósmicox. A terra é, pois, transformada num espaço cósmico. Esta revolução radical na nossa visão do mundo realiza-se na filosofia moderna. O mundo aparece como um objecto sobre o qual o pensamento que calcula dirige os seus ataques e a esses ataques nada deve resistir! A natureza torna-se num único reservatório gigante, uma fonte de energia para a técnica e indústria modernas. Seja como ‘era atómica’, seja como civilização de consumo, a época moderna é (…) caracterizada pela maneira como a humanidade quer pôr ao seu alcance a totalidade do ente e adquirir sobre esta totalidade a maior força possível graças ao domínio de todas as energias naturais, incluindo as da destruiçãoxi .E portanto, a questão não é, então, a da técnica propriamente dita mas a da relação do homem com a técnica. O perigo depende do uso que se faz da técnica. É nesta relação com o mundo que o pensamento meditativo se mostra diferente.
Se nós conseguirmos dominar a energia atómica e conseguiremos, diz-nos Heidegger, começará um novo desenvolvimento do mundo técnico. Todas as técnicas que conhecemos hoje, desde os filmes à T.V, à informação, alimentação, etc, são apenas tentativas. Ninguém pode prever os transtornos que se seguirão. Não conseguimos/podemos travar os progressos da técnica e um dos traços deste novo mundo técnico é a rapidez com a qual os êxitos são conhecidos e publicamente admirados.
Mas o que é realmente inquietante não é que o nosso mundo se torne um mundo completamente técnico, mas antes que o homem não esteja preparado para essa transformação, que não se consiga explicar pelos meios do pensamento meditatitvo.
A questão a que a filosofia deverá hoje responder é à falta de preparação do homem para esta transformação, logo, a filosofia como pensamento hermenêutico deverá ser capaz de responder a isto. A filosofia vai ser caracterizada por Heidegger como dimensão originária do existir.
De facto, o homem da era atómica será "atirado" sem aviso nem defesa na onda crescente da técnica. E sê-lo-á efectivamente s e renunciar ao pensamento meditativo assumindo o pensamento simplesmente calculador. A questão é agora: será que a era atómica é uma fatalidade ou permitirá ela um novo enraizamento?xii
Poder-se-ía pensar que Heidegger nega a técnica, mas é evidente que não se trata de negar a técnica…dependemos dos objectos tecnológicos, a questão é que não nos podemos tornar seus escravos. O homem moderno é o funcionário da técnicaxiii. É possível utilizarmos os objectos tecnológicos servindo-nos deles e, ao mesmo tempo, deles nos libertarmos, ou seja, podemos dizer "sim" à utilização da técnica, mas também "não" ao facto de a técnica monopolizar, desunir e violar o nosso ser. A questão é a de o homem não deixar que a técnica atinja o que temos de mais íntimo e de mais próximo. Heidegger sempre apelou a que se pensasse a técnica a partir da sua essência.xiv
Mas dizer "sim" e "não" não significará um relacionamento ambíguo com o mundo? Não, muito pelo contrário, torna-se um relacionamento mais pacífico. A serenidade consiste em admitir a técnica, os objectos tecnológicos ao mesmo tempo que os deixamos repousar sobre eles próprios como algo que não tem nada de absoluto. Por que é que a serenidade não é, então, ambígua? Simplesmente porque há uma dimensão conflitual no homem. Em tudo o que ele constrói reina um sentido que ele não recebe, que não constrói. O homem não é só espontaneidade, é também negatividade.
Apesar de, no limite, o homem ser votado ao nada, é também um ser que exige sentido e isto leva Heidegger da Antropologia à Ontologia. Apesar da negatividade, o homem é afirmação originária, é postulado de sentido. A Modernidade descobriu o homem como exigência de sentido ao descobrir o "cogito", mas esqueceu que é também sentido. Heidegger vai partir desta situação de negatividade que caracteriza o homem, pois ele é isso embora não coincida com isso.
Esta exigência incondicional de sentido que o homem é, leva Heidegger a pensar que a raíz do sentido é qualquer coisa que excede o próprio homem. Para Heidegger, o homem é definido como pré-compreensão do sentido. O que constitui a sua essência é a exigência de sentido, a esperança, o desejo de ser na falta do próprio Ser. Heidegger toma consciência desta experiência "de constraste", desta dialéctica do existir. Na Modernidade a orientação para o sentido aparece como coincidência. Para Heidegger, não.Apesar de o homem ser orientação para o sentido, ele ainda não é, está a ser, ele é excesso que não coincide e é muito mais do que é. É só perante esta experiência de negatividade que ele pode tomar consciência daquilo que é.
O sentido do mundo técnico oculta-sexv. Deixar-se entrever e ao mesmo tempo ocultar-se não é o traço fundamental daquilo a que chamamos segredo? Para Heidegger, na raiz da técnica está a tomada de posição face à verdade. Subjaz, de facto, à ciência moderna uma noção de ente substancializada/sujeito puro e uma ideia de verdade como adequação/certeza. Mas a verdade não é adequação, mas desvelamento. Em que é que Heidegger fundamenta a ideia de que a verdade é revelação? O facto de o dasein estar no mundo leva-o à revelação. O dasein começa por existir no mundo segundo um modelo relacional, segundo o modelo da disponibilidade. A verdade como revelação tem como fundamento a verdade como pressuposição. Não existe verdade em si, mas verdade para o homem, porque ele acredita nela. O homem é expectativa de verdade. A verdade é inerente ao homem, mas com a qual ele não coincide.É isto que levará Gadamer, por exemplo, a recuperar o modelo da obra de arte.
A verdade é, então, desvelamento. A dimensão técnica perde a dimensão da luz. Quando a luz é considerada única, todo o segredo é confundido com ambiguidade negativa. Se virmos que a técnica tem também uma dimensão que se oculta por detrás de si própria, estamos já no caminho de uma boa relação com ela. Trata-se, pois, de restaurar a dimensão de segredo/oculto da verdade. É o restaurar desta dimensão que vai ser o objecto do pensamento meditativo e só se pode restaurar essa dimensão quando o homem tomar consciência da sua historicidade.
O que levanta a questão da historicidade é uma questão muita mais radical, mais significativa que a questão ontológica.
Por que levanta Heidegger a questão ontológica, a questão do Ser? A experiência do sentido é a experiência fundamental. Qual é o pressuposto do sujeito transcendental? A sua condição "desencarnada". O sentido escapa ao homem. Aparece-lhe como aquilo que escapa à representação. O Ser é agora a questão fundamental de tudo. A questão é agora a questão do ser e esta é a questão fundamental do homem quando confrontado com a sua negatividade.
A experiência da historicidade como negatividade confronta o homem com aquilo que ele não é. Heidegger mostra em Ser e Tempo que é necessário repôr a questão do Ser e analisá-la. Ela foi mal pensada pela tradição. Pensar a historicidade é repensar a questão do Ser. A questão do ser do homem não é conforme com a ideia de uma ontologia substancialista. Para compreender a historicidade é preciso tomar a questão do existir como dasein. É do dasein que se parte para chegar à questão do seu sentido r da sua historicidade.
Por que motivo, então, se torna urgente recuperar a dimensão meditativa do pensamento?…
Heidegger sublinha que o que o grande perigo que nos ameaça é, de facto, a total falta de pensamentos, a robotização do homem. Somos seres finitos, mas ao mesmo tempo, abertos ao que nos transcende. É esta a condição finita do homem. É necessário que o homem não rejeite aquilo que possui de mais próprio- o facto de ser um ser pensante. Trata-se, então, de salvar essa essência do homem. Trata-se de manter acordado o pensamento. A Modernidade esqueceu o Ser, a realidade. Uma coisa é viver absorvido pela técnica, outra coisa é ler o mundo, habitar num mundo lendo a outra dimensão do sentido literal ou técnico que essa dimensão tem.
Assim quando despertar em nós a identidade da alma perante as coisas, e o espírito se abrir ao outro, podemos esperar alcançar um novo caminho, uma nova terra, um novo solo. Nesse solo, a criação de obras perduráveis pode enraizar-se de novo.xvi
Bibliografia
FERRY, Luc e RENAUT, Alain, Heidegger e os Modernos, Trad. de Alexandre C. Sousa, Ed. Teorema, Lisboa, 1989.
HEIDEGGER, Martin, Questions III, Trad. de A Préau, R. Munier e J. Hervier, Ed. Gallimard, Paris, 1989.
___________________El Ser y el Tiempo, 7ª ed.,Trad. de J. Gaos,F. Cultura Economica, México/Madrid/Buenos Aires, 1989.
___________________Chemins qui ne mènent nulle part, 9ª ed., Trad. De Wolfgang Brokmeier, Ed. Gallimard, Paris, 1986.
RESWEBER, Jean-Paul, O Pensamento de Martin Heidegger, Trad.de J. Agostinho Santos, Livraria Almedina, Coimbra, 1979.
VATTIMO, Gianni, Introdução ao Pensamento de Martin Heidegger, Trad. de João Gama, Col. "O saber da Filosofia", Ed. 70, Lisboa, 1987.
Notas
i Vattimo, G., Introdução a Heidegger, p.134.
ii Resweber, J.P., O Pensamento de Martin Heidegger, p. 147.
iii Heidegger, M., Questions III, p. 162.
iv Ibid., p.163.
v Ibid., p.163.
vi Ibid., p.164.
vii Ibid.,p.165.
viii Ibid., p.167
ix Idib., p.170
x Ibid., p.172
xi Luc Ferry, Heidegger e os modernos, p.72.
xii Aquilo que nos é próximo não é dado. O que nos é mais próximo é simbólico, por isso, o pensamento moderno na aproximação a isto escolheu uma via,, seguiu um só caminho. A Modernidade também viu que o dado não é simples só que fez dele algo de simples o que levou a um esquecimento do Ser, da realidade, do verdadeiro sentido das coisas e daí a necessidade de "acordar" o pensamento meditativo. Heidegger defende a necessidade do retorno às coisas e esse retorno terá de ser hermenêutico porque não é claro.
xiii Ibid., p. 72.
xiv Ibid., p.72.
xv Heidegger, M. Questions III, p.178.
xvi Ibid., p. 179.
às 13:38:00
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