Sou o próprio tempo
Sou o próprio tempo
que marca em mim.
O tempo de ser eu mesmo,
de enfrentar meus conflitos,
conviver com meus fantasmas,
Sim, quem não os tem?
Sou horas, minutos e segundos,
que, às vezes, são tão marcantes
quanto a efemeridade
do que ainda não aconteceu.
Sou o próprio tempo que deixa sinais,
pequenos riscos na alma,
lembranças que vão me transformando.
Sei onde piso, apesar do medo;
sei onde vou, apesar da incerteza.
Sou eu mesmo quem se arrisca
em amores frustrados,
empregos cansativos,
amigos nem tão amigos assim
e pessoas vazias,
que me deixam entediado.
Sou o próprio tempo
e não sou dono de nada,
nem do meu tempo, que me cobra tanto
coisas que fiz e que ainda tenho que fazer.
Quantas delas poderei aproveitar?
O que é realmente importante?
Não sei... O tempo, quem sabe, um dia dirá.
Por enquanto, quero viver e
ser dono de alguns minutos.
Tempo suficiente
para me arriscar em um novo amor,
porque sem amor não vejo graça no tempo,
que se arrasta lentamente
na solidão do meu quarto.
Por isso, sou o próprio tempo,
e desejo que o tempo que me resta
seja feito de sonhos,
recheados com esperanças,
e delicadamente coberto com amor,
como se o tempo fosse um doce,
um desejo de infância,
um tempo de ser feliz.
Paulo Roberto Gaefke
25 de abril de 2008
Sou o próprio tempo
às 22:07:00
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Emoções
Eu aposto no valor da emoção
Eu aposto no valor da emoção, dos sentimentos,
de pessoas que se buscam, se entrosam e se amam.
Eu aposto nas possibilidades, na amizade sincera,
na beleza infinita da natureza, no brilho da lua,
na justiça dos raios solares que não privilegia ninguém,
na brisa que me levanta o ânimo, me dá certezas...
Eu aposto na vida, mesmo diante do maior problema,
porque descobri que cada novo dia é como se fosse
a próxima folha em branco, de um caderno escolar,
onde posso escrever memórias, relembrar fatos
e criar o futuro, futuro que rabisco
com tintas coloridas, e que chamo
carinhosamente de esperança..
Caca Claudinei Araraquara
às 22:02:00
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Impermanência e liberdade
Impermanência e liberdade
Os mestres budistas aconselham-nos a pensar constantemente na impermanência.
Em vez de considerarmos que se trata de um pensamento mórbido que conduz à depressão ou ao pessimismo, pensemos na liberdade que esse tipo de visão do mundo nos oferece.
Na verdade, muitas vezes desejamos a mudança. Por exemplo, não gostamos do nosso trabalho, os horários não nos convêm e detestamos o ambiente profissional. Estamos absolutamente fartos, só pensamos em mudar, mas temos a impressão de que isso nunca vai acontecer. Ora um dia, inesperadamente, recebemos um telefonema de um amigo com uma tentadora proposta de trabalho.
Embora na aparência a situação continue igual, durante as semanas ou os meses que faltam para deixarmos o emprego, tudo parece mais leve, mais fácil de suportar, até mesmo as relações com os colegas de trabalho se tornam mais agradáveis. lnacreditavelmente chega mesmo a acontecer que, nos últimos dias ou semanas, acabemos por ter pena de mudar. O fato de sabermos que a situação está chegando ao fim, ou seja, de descobrimos o seu caráter impermanente, aliviou toda a tensão e deu-nos liberdade para encará-la sob um ponto de vista diferente.
O mesmo acontece por vezes nas relações sentimentais. Vivemos com alguém há vinte anos e a pessoa tomou-se parte "da mobília". Mal reparamos nela. Estamos tão mergulhados numa tépida rotina que nem sequer desejamos mudar. Até o dia em que a pessoa ameaça deixar-nos... Nesse dia acordamos e descobrimos subitamente o lugar que ela ocupa na nossa vida. Recomeçamos a oferecer-lhe flores, a dizer que a amamos e a acender velas para o jantar e, se não for tarde demais, talvez a magia volte.
Quantas pessoas começam realmente a apreciar a existência quando sabem que lhes restam apenas alguns meses de vida! Quantas só reconhecem o bem precioso que a vida é por terem escapado à morte!
É impossível negar o impacto positivo, verdadeiramente libertador, que a impermanência pode ter na existência ao trazer-lhe frescura, liberdade, desafogo e uma capacidade de apreciação das coisas pelo seu justo valor. Por nos aproximar da realidade da existência, a meditação sobre a fragilidade do mundo é um fator altamente dinamizador.
Talvez não precisemos de circunstâncias tão dramáticas para tomarmos consciência da impermanência, talvez não tenhamos de ser condenados à morte para começar a viver, se aprendermos a dar leveza e magia à nossa vida meditando a todo instante que "tudo muda".
(Tsering Paldrön, in “A arte da vida – os fundamentos do Budismo”)
às 21:58:00
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Encontro
Encontro
Eu não estou aqui
para viver em função
do que você espera de mim...
Nem quero que você
conforme a sua vida,
ao que eu possa esperar de você.
Que você não se anule
na intenção de me agradar...
Nem eu me violente
para merecer seu amor.
Que eu seja eu
e você seja você.
Mas você é tão importante para mim,
que eu não posso lhe magoar,
sem magoar a mim mesmo...
Você é tão importante para mim
que eu não consigo ser feliz,
sem ter você feliz ao meu lado.
É nesse encontro
que nos transformamos...
E é nos transformando
que nós nos encontramos.
Escípio da Cunha Lobo
às 21:49:00
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Encontro
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20 de abril de 2008
Cant take my eyes off you
cant take my eyes off you
You're just too good to be true.
Can't take my eyes off you.
You'd be like Heaven to touch.
I wanna hold you so much.
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive.
You're just too good to be true.
Can't take my eyes off you.
I love you, baby,
And if it's quite alright,
I need you, baby,
To warm a lonely night.
I love you, baby.
Trust in me when I say:
Oh, pretty baby,
Don't bring me down, I pray.
Oh, pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you, baby.
Let me love you.
às 15:21:00
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15 de abril de 2008
Blackmore’s Night
Blackmore’s Night
I’ve been many places
I’ve traveled ’round the world
Always on the search for something new
But what does it matter
When all the roads I’ve crossed
Always seem to be back to you…
Old familiar faces
Everyone you meet
Following the ways of the land
Cobblestones and lanterns
Lining every street
Calling me to come home again
Dancing in the moonlight
Singing in the rain
Oh, it’s good to be back home again
Laughing in the sunlight
Running down the lane
Oh, it’s good to be back home again
When you play with fire
Sometimes you get burned
It happens when you take a chance or two
But time is never wasted
When you’ve lived and learned
And in time it all comes back to you…
Old familiar faces
Everyone you meet
Following the ways of the land
Cobblestones and lanterns
Lining every street
Calling me to come home again
Dancing in the moonlight
Singing in the rain
Oh, it’s good to be back home again
Laughing in the sunlight
Running down the lane
Oh, it’s good to be back home again
And when I got weary
I’d sit a while and rest
Memories invading my mind
All the things I’d treasured
The ones I’d loved the best
Were the things that I’d left behind…
Old familiar faces
Everyone you meet
Following the ways of the land
Cobblestones and lanterns
Lining every street
Calling me to come home again
2x
Dancing in the moonlight
Singing in the rain
Oh, it’s good to be back home again
Laughing in the sunlight
Running down the lane
Oh, it’s good to be back home again
Dancing in the moonlight
Singing in the rain
Oh, it’s good to be back home again
.
.
.
Eu estive em muitos lugares
Eu viajei ao redor do mundo
Sempre à procura de algo novo
Mas, o que isso importa,
Quando todas as estradas que eu atravessei
sempre parecem voltar para você?
Velhos rostos familiares
Todos que você conhece
Sequindo os caminhos da terra
Paralelepípedos e lanternas
Cobrindo todas as ruas
Me chamando para voltar pra casa de novo
Dançando sob o luar
Cantando na chuva
Oh, é bom estar em casa de novo
Rindo na luz do sol
Correndo pela estrada
É bom voltar pra casa
Quando você brinca com fogo
Às vezes você se queima
Isso acontece quando você se arrisca uma ou duas vezes
Mas tempo nunca é gasto,
Quando você viveu e aprendeu
E é hora disso voltar pra você
E então eu me cansei
Eu sentei um pouco e descansei
Lembranças invadindo minha mente,
Todas as coisas que eu estimei
Aqueles que eu mais amei
Foram as coisas que eu deixei para trás…
às 08:52:00
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10 de abril de 2008
As coisas que eu sei de mim
“As coisas que eu sei de mim
são pivetes da cidade;
pedem, insistem e eu
me sinto pouco à vontade,
fechado dentro de um táxi
numa transversal do tempo...”
.
.
João Bosco e Aldir Blanc em “Transversal do tempo"
às 21:05:00
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Sobre mim
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Construções e reconstruções
... construções e reconstruções
“Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.”
“Canção” de Cecília Meireles
às 21:03:00
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Construções e reconstruções
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Como diabo gosta
“O que transforma o velho no novo
bendito fruto do povo será.
E a única forma que pode ser norma
é nenhuma regra ter.
É nunca fazer
nada que o mestre mandar.
Sempre desobedecer
Nunca reverenciar.”
(Belchior, “Como o diabo gosta”)
.
.
.
Leia:
ENGANOS E DESENGANOS ACERCA DO PROJETO SOCIAL DA GESTALT-TERAPIA
http://www.gestaltsp.com.br/textos/proje
às 21:01:00
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Trecho de música
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Pouco antes de morrer, Roland Barthes pronunciou a sua conferencia inaugural como professor do College de France. Sabia que estava ficando velho, mas saudava a velhice como tempo de recomeço, o inicio de uma "vita nuova". E ao terminar sua fala fez uma confissão pessoal espantosa. Disse que havia chegado o momento de entregar-se ao esquecimento de tudo que aprendera. Tempo de desaparecer. As cobras, para continuarem a viver têm que abandonar a casca velha. Também ele tinha de abandonar os saberes com que a tradição o envolvera. Somente assim a vida poderia brotar de novo, fresca, do seu corpo, como água brota das profundezas onde estivera enterrada. E disse então que este era o sentido de ficar sábio:
"Nada de poder;
um pouquinho de saber;
e o máximo possível de sabor..."
FRUTO
na superfície,
ru(s)gas, (s)ondas...
dentro da cas(c)a,
a luz, sem voz: nós...
Rosane Coelho
Ciúme: Sentimento que nasce no amor e que é produzido pelo medo que a pessoa amada prefira um outro.
Roland Barthes - Fragmentos de um Discurso Amoroso
Vida e Morte
A VIDA ESTÁ JURADA DE MORTE
Um visão católica
Opondo-se frontalmente aos valores da doutrina cristã, que defende a vida acima de tudo, esta “cultura” destruidora propõe a morte como solução de uma série de problemas. Será que a morte pode ser solução para algum mal?
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2008/02/19/a-vida-esta-jurada-de-morte/
A criatura e a criação ( a vida e a morte)
Ao contrário de Camões, não entendo a arte e a glória como uma forma de libertação da morte. Penso a vida mais como um "filósofo politicamente incorrecto": " Cago na imortalidade sem corpo"!
http://quintacativa.blogs.sapo.pt/64834.html
às 20:45:00
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Morte
A morte envolve-te silenciosamente
só o ventre sobe e desce imperceptível no horizonte
morno da serra lunar
Não sei se se me vim antes
ou se te vieste tu
sei que somos felizes na efémera e cruenta palidez dos dias
O frigorífico arranca na noite
e as cortinas nervosas
balançam nas janelas púdicas
Abandonada num corpo maldito
navegando na corrente embriagada
do plasma seminal
embrulhas-te enrolada num novelo felino
O mundo gira ao contrário
aqui neste buraco sem tempo
frito fanecas no óleo quente das sombras
Leia mais sobre o tema:
http://quintacativa.blogs.sapo.pt/tag/morte
às 20:44:00
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Morte
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Nada nos pertence
"Nada nos pertence, Lucílio, só o tempo é mesmo nosso. A natureza concedeu-nos a posse desta coisa transitória e evanescente da qual quem quer que seja nos pode expulsar. É tão grande a insensatez dos homens que aceitam prestar contas de tudo quanto lhes é emprestado, mas ninguém se julga na obrigação de justificar o tempo que recebeu, apesar deste ser o único bem que, por maior que seja a nossa gratidão, nunca podemos restituir".
Das “Cartas a Lúcio”, Sêneca (Fundação Calouste Gulbenkian)
às 20:43:00
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Nada nos pertence
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SOBRE A MORTE E O MORRER
SOBRE A MORTE E O MORRER
Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
Excerto de Sobre a morte e o morrer, texto de Rubem Alves publicado no jornal Folha de São Paulo, Caderno Sinapse, de 12/10/03.
às 20:39:00
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Morte
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Ser Psicólogo
"Pois fica decretado, a partir de hoje,
que psicólogo é gente também.
Sofre e chora, ama e sente, às vezes,
precisa falar: O olhar atento, o ouvido aberto,
escutanto a tristeza do outro, quando, às vezes
a tristeza maior está dentro do seu peito.
Quanto a mim, fico triste e fico alegre
e sinto raiva também. Sou de carne e osso,
e quero que você saiba isso de mim
E agora, que jah sabe que sou gente,
quer falar de você pra mim?"
às 20:38:00
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Ser Psicólogo
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Os outros são nossos espelhos
O outro guarda um segredo: O segredo do que eu sou
É claro que essa imagem pode iludir, sobretudo se for entendida num sentido estático. E seria possível dizer exatamente o oposto, com a mesma probabilidade de acerto: "a existência do outro é uma dificuldade e um choque para o pensamento objetivo" (Merleau-Ponty, 1945. p. 401). Mas a contradição desaparece, se pensarmos em termos dinâmicos, ou na interação de um eu com o outro ou com os outros. A imagem que vemos de nós mesmos não é, certamente, o retrato do que os outros vêem em nós, mesmo porque os outros não vêem a mesma pessoa. Entretanto, sem as sucessivas imagens que os outros nos dão de nós mesmos, não poderíamos saber quem somos. Ou, segundo a frase muito feliz de Ichheiser, "Os outros são nossos espelhos".
às 20:36:00
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Espelhos
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