31 de julho de 2007

MÁSCARAS







MÁSCARAS

"outros me vêem como sou, ou sou como me vêem os outros? O difícil não é saber como me vêem os outros. Posso lê-lo nos seus olhares. O difícil é descobrir quem sou eu. A socrática recomendação do autoconhecimento e o mandamento shakespeariano de sermos fiéis a nós mesmos impõem dura tarefa. Muito mais fácil é assumir-me tal como me veja nos olhares dos outros. (...) "

Vilém Flusser





“Tenho uma fome abissal, uma fome coletiva e individual, uma fome de séculos de injustiça social e de carência individual.
Posso resumir dizendo que minha fome mais constante é de justiça, entendida num sentido absoluto, o que é um paradoxo para uma relativista. Mas acho que o relativismo surgiu em mim, justamente por esta necessidade de ser justa com todos os lados da questão, não apenas com uma suposta verdade.
Desde muito pequena eu percebi que verdade é perspectiva e que tudo, como diz o Eça, no final da Relíquia, é uma desesperada coragem de afirmar. Dela nascem todas a grandezas e as injustiças.
Mas tenho fome individual de paixão, de emoção, de sair da prisão estreita de uma descrição de mundo. E de conseguir que a pessoas amem e se identifiquem com meus textos e personagens. "


Trecho da entrevista da Mel para o Ferrari na comunidade Caneca na Rede:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=1135552&tid=14399793

TODA MULHER






A todas Mulheres,
assumidas em seus desejos!
Capazes de gemer,
sem receios!
E mostrarem,
o que gostam
e como gostam!


-----------
TODA MULHER
-----------


Toda mulher,
quer ser Mulher:
Quer urrar de prazer,
quando é penetrada;
Penetrações variadas,
profundas e sucessivas!
Onde a graduação
de força colocada
e o local não seja definido!

Quer sentir arrepios,
quando é mordiscada;
Mordiscada,
desde os mamilos às nádegas!
Quer sentir tesão,
quando é desejada;
olhada e convidada
sutilmente a ser devorada!
Quer sentir-se presa;
quando é cercada por
braços e pernas,
que lhe impossibilitem
a sua saída!
Quer ser a caça,
de um caçador experiente e cavalheiro!
com os relacionamentos anteriores aprendi:
Quer ser a amante de
seu parceiro; quando lhe é
derramada a champanhe
e coberta de rosas amarelas,
quando jogada à cama!

Quer sentir o suor do homem,
quando ele goza de
prazer dentro dela!
E lambe-lo loucamente,
até que ele goze novamente!

Quer sentir a barba
ainda por fazer,
tocar-lhe seu sexo
e a língua,
a percorrer-lhe o
mesmo território!
Quer que o homem
realize com ela,
seus mais loucos e
íntimos desejos!
Nunca lhe julgando,
impossibilitada de fazer
no meu quarto você encontra:
parte de seus devassos atos!

Porque ela,
o superará e o surpreenderá!
Será MULHER!
Assumida e satisfeita!
Gozará inúmeras vezes!
E mesmo estando só,
se tocará em suas partes íntimas
e assumirá seu papel de Mulher!
Cheia de tesão!


Márcia Aparecida Silva Zauza enviar recado

Informatica e Educação





Educação e o Second Life

(YouTube)

As implicações educacionais no Second Life.
A importância da Instituição se inserir no mundo virtual.
O futuro desse ambiente.
Essa entrevista teve o foco em Gestão de Marcas.

http://www.youtube.com/watch?v=b1icNicnvP8


Outras dicas:

Efeito Katilce
http://marcaseducacionais.blogspot.com/2007/07/efeito-katilce.html

ABCBranding - Uma proposta sobre meios e métodos para a implementação do Branding em Instituições de Ensino Superior
http://monografiabrandingeducacional.blogspot.com/2007/05/abcbranding-uma-proposta-sobre-meios-e.html

Monografia Marketing de Alta Visibilidade
http://marketingdealtavisibilidade.blogspot.com/2007/05/monografia-marketing-de-alta.html

Revista do Professor- Artigos para Educação Infantil e Ensino Fundamental
http://www.revistadoprofessor.com.br enviar recado

CORPO E ALMA




CORPO E ALMA


Quando a alma me chega,
o corpo tece a alegria,
os olhos sorriem
e o coração dorme.
Até para enxergar a lágrima,
alegre símbolo da emoção
fulgurando um sentimento,
sempre pleno
de força e de vida.
Quando a alma me foge,
meu corpo arde louco,
o desejo prende,
a depressão me isola,
o coração sofre
porque meus olhos quedam
e meu sorriso chora
e minha dor é tanta
que de mim tudo vai embora...


Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras
em 31/07/2007

30 de julho de 2007

Informática




GloboMedia, Globo Vídeos, Google Analytics

O GloboMedia Center virou Globo Vídeos e todo em HTML com ajax ...

http://www.brunodulcetti.com/blog/2006/12/19/globo-media-center-gmc-agora-e-globo-videos.html

Quem quiser conferir pessoalmente:
http://video.globo.com/Videos/0,,5633,00.html

Agorao GloboMedia Center já não é mais parâmetro para o uso do flash, ao contrário, a única coisa ruim mesmo é o fato deles não usarem FLV ao invés do tosco Windows Media Player.

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Abaixo, um link para um video de 15 minutos que mostra conceitos básicos e avançados do Google Analytics.

http://tinyurl.com/yuv2ph

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Seja carinhoso com a terra. Afinal é a nossa nave azul, que nos leva a passear ao redor de um sol dourado

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27 de julho de 2007

Juvenília






Juvenília

III

Tu és a aragem perdida
Na espessura do pomar,
Eu sou a folha caída
Que levas sobre as asas ao passar.
Ah! voa, voa, a sina cumprirei:
Te seguirei.
Tu és a lenda brilhante
Junto do berço cantada;
Eu sou o pávido infante
Que o sono esquece ouvindo-te a toada.
Ah! canta, canta, a sina cumprirei:
Te escutarei.

Tu és a onda de prata
Do regato transparente;
Eu a flor que se retrata
No cristal encantado da corrente.
Ah! chora, chora, o fado cumprirei:
Te beijarei.

Tu és o laço enganoso
Entre rosas estendido;
Eu o pássaro descuidoso
Por funesto prestígio seduzido.
Ah! não temas, a sina cumprirei:
Me entregarei.

Tu és o barquinho errante
No espelho azul da lagoa;
Eu sou a espuma alvejante
Que agita nágua a cortadora proa.
Ah! voga, voga, o fado cumprirei:
Me desfarei.
Tu és a luz da alvorada
Que rebenta na amplidão;
Eu a gota pendurada
Na trepadeira curva do sertão.
Ah! brilha, brilha, a sorte cumprirei:
Cintilarei.

Tu és o íris eterno
Sobre os desertos pendido;
Eu o ribeiro do inverno
Entre broncos fraguedos escondido.
Ah! fulge, fulge, a sorte cumprirei:
Deslizarei.

Tu és a esplêndida imagem
De um romântico sonhar;
Eu cisne de alva plumagem
Que falece de amor a te mirar.
Ah! surge, surge, o fado cumprirei:
Desmaiarei.

Tu és a luz crepitante
Que em noite trevosa ondeia;
Eu mariposa ofegante
Que em torno à chama trêmula volteia.
Ah! basta, basta, a sina cumprirei:
Me abrasarei.


Fagundes Varela
Parte 3 do Poema

Não te esqueças de mim!





Não te esqueças de mim!


Não te esqueças de mim, quando erradia
Perde-se a lua no sidéreo manto;
Quando a brisa estival roçar-te a fronte,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

Não te esqueças de mim, quando escutares
Gemer a rola na floresta escura,
E a saudosa viola do tropeiro
Desfazer-se em gemido de tristura.

Quando a flor do sertão, aberta a medo,
Pejar os ermos de suave encanto,
Lembre-te os dias que passei contigo,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

Não te esqueças de mim, quando à tardinha
Se cobrirem de névoa as serranias,
E na torre alvejante o sacro bronze
Docemente soar nas freguesias!

Quando de noite, nos serões de inverno,
A voz soltares modulando um canto,
Lembre-te os versos que inspiraste ao bardo,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.

Não te esqueças de mim, quando meus olhos
Do sudário no gelo se apagarem,
Quando as roxas perpétuas do finado
Junto à cruz de meu leito se embalarem.

Quando os anos de dor passado houverem,
E o frio tempo consumir-te o pranto,
Guarda ainda uma idéia a teu poeta,
Não te esqueças de mim, que te amo tanto.


Fagundes Varela

Hoje nasci





Hoje nasci


Cada dia que passe, hás de dizer-te: hoje nasci!
O mundo é novo para mim
A chuva que respinga seus cristais é meu Batismo.

Vamos pois viver um viver puro, nítido!
Ontem já passou: fui mau? fui bom?
Venha o olvido! e fique somente desse ontem
A essência, o OURO íntimo do que amei e sofri
Palmilhando pelos caminhos...

Hoje, cada instante, ao bem e à alegria
Será propício, e à essencial razão de minha existência
Meu decidido afã: verter o vinho da bondade
Sobre as bocas ávidas ao meu redor.

Será minha própria Paz - a paz dos outros
Seu Regozijo - meu regozijo
Seu Sonhar - meu sonho!
Meu cristalino pranto
O que treme nas alheias pálpebras
E minhas Pulsações - as pulsações
De quantos corações palpitem nos orbes infinitos!

Cada dia que passe hás de dizer-te: HOJE NASCI!

Amado Nervo

Queria ser um anjo






Queria... realmente ser um anjo


Ser o anjo que vela, o anjo que guarda, o anjo que protege.
Quebrar todas as barreiras elementais e ser apenas um anjo..

Mas não é permitido a um anjo
amar a uma única pessoa...
Seu amor não pode ser exclusivo,
seu amor deve ser extensivo.

E não é permitido a um anjo
chorar por todas as pessoas
Seu pranto deve ser exclusivo...
Suas lágrimas devem regar, uma por vez,
as flores que brotam em cada alma humana

Que anjo posso ser?
Que amor poderei dar ?
Que olhos irão me ver ?
A quem irei amar?

Queria realmente ser um anjo!
Ter a bondade nas faces, a sabedoria no olhar...
Saber sorrir, saber confortar.
Saber entender os aflitos, saber ensinar.
Ir ao encontro de todos
E a todos, amar

Queria realmente ser um anjo!
Um anjo qualquer, um anjo comum.
Atender as preces dos necessitados.
Atender a procura de afeto de uma criança.
Um anjo que aprende com a dor,
um anjo que aprende com o amor...

Queria realmente ser um anjo!
Sorrir ao ver a ventura do vencedor,
emocionar-me com o desespero do perdedor,
beijar a face daquele que suplica
e aplacar a raiva do inimigo cruel.

Por fim, queria realmente ser um anjo...
E poder quebrar todas as regras celestiais.
Sentir o amor único e exclusivo
e chorar por todos os demais.
Queria somente ser um anjo
que ama a você,

e nada mais...

HannaH Blue

Metamorfose Ambulante







Metamorfose Ambulante
Raul Seixas

Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei que sou

Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei que sou
Se hoje eu sou estrela ,amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha,velha, velha,velha opinião formada sobre tudo

O Segredo - Meditação





O Segredo - Meditação

Parte 1:
http://www.youtube.com/watch?v=fRegNgimYKM

Parte 2:
http://www.youtube.com/watch?v=0_3N4-ERNro&mode=related&search=

Parte 3:
http://www.youtube.com/watch?v=NaPZK5F8GsU&mode=related&search=

Continuação da parte 3:
http://www.youtube.com/watch?v=pfIrn4thoRQ&mode=related&search=

E boa viagem!!!

26 de julho de 2007

Minha rádio


Andre Luis Aquino





Saí caminhando pela rua mesmo no meio de tanta chuva.A jaqueta me protegia o peito e o capuz a cabeça.Não sabia aonde ir, nem onde descansar meus olhos.Volto no tempo, escrevo no presente o que sentia naquele momento:

A angústia provocada por esse sentimento de inadequação infecciona minhas perspectivas e apodrece minha esperança.E um espinho vai sendo cravado na carne a cada passo em direção ao nada.

Ao invés de falar, escrevo, não tenho direito ao silêncio, deixo-me entorpecer pelos meus medos, vou me desintegrando por causa da agonia.Derreto nessa chuva fria.

Não consigo manter em segredo a minha amargura.

Não posso agüentar calado, preciso gritar, mas o som da minha voz se dissiparia no ar, melhor escrever, sei que palavras escritas também se calam por causa do esquecimento, mas tenho certeza que o que entra pelos olhos durará mais tempo do que aquilo que penetrou pelos ouvidos.

Sinto-me perder por entre a multidão, vou me misturando aos personagens dessa cidade, meninos de rua cheirando cola, o trottoir das garotas de programa, as gravatas coloridas dos executivos, as carroças dos catadores de lixo e o chapéu furado do mendigo.

Vou me confundindo com o concreto das calçadas, afundando no asfalto, vou me impregnando de poluição, da fuligem das fábricas e da fumaça dos automóveis.

E a soma de todas as coisas enormes desse lugar resultam em outra coisa surpreendente pequena, de repente São Paulo toda não passa de uma poça d´água barrenta com pedaços de plástico boiando em sua superfície.

E a água está escorrendo pra dentro de um bueiro.

E então depois da destruição, renasço das cinzas, a essa altura estou todo ensopado, a chuva vai lavando meus pecados, um jardim vai germinando em mim, nascem gerânios em meus olhos, vão brotando girassóis em meus cabelos e os meus pelos transformam-se frésias. Por cima da minha pele esfolada cresce uma grama verdinha.

Lavado e remido, volto pra casa, com a fúria contida, com os escombros revirados e com um jardim cobrindo o corpo, tudo volta pro lugar, mas só até a próxima chuva.


Andre Luis Aquino
http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/

23 de julho de 2007

À MORTE DE UM CANALHA








À MORTE DE UM CANALHA
Por Mario Benedetti

Os canalhas vivem muito,
mas algum dia morrem

OBITUÁRIO COM 'HIP-URRAS'

Vamos festejá-lo
venham todos
os inocentes
os lesados
os que gritam à noite
os que sonham de dia
os que sofrem no corpo
os que alojam fantasmas
os que pisam descalços
os que blasfemam e ardem
os pobres congelados
os que amam alguém
os que nunca se esquecem
vamos festejá-lo
venham todos
o crápula morreu
acabou-se a alma negra
o ladrão
o suíno
acabou-se para sempre
'hip-hurra'
que venham todos
vamos festejá-lo
e não-dizer
a morte
sempre apaga tudo
a tudo purifica
qualquer dia
a morte
não apaga nada
ficam
sempre as cicatrizes
'hip-hurra'
morreu o cretino
vamos festejá-lo
e não-chorar por vício
que chorem seus iguais
e que engulam suas lágrimas
acabou-se o monstro prócere
acabou-se para sempre
vamos festejá-lo
a não-ficarmos tíbios
a não-acreditar que este
é um morto qualquer
vamos festejá-lo
e não-ficarmos frouxos
e não-esquecer que este
é um morto de merda.

50 coisas que os homens não sabem sobre as mulheres...



50 coisas que os homens não sabem sobre as mulheres...


1. Mulheres acham homens magros que fazem dieta... meio gays...!

2. Mulheres odeiam ganhar lingerie de presente. Elas entendem como uma crítica às calcinhas de algodão...

3. Esconda suas revistas pornográficas. Para elas é coisa de adolescente imaturo

4. Se você tem um apelido carinhoso para seu pênis, por favor, nunca o revele

5. Mulheres gostam de homens de boné, desde que esse homem tenha 14 anos.

6. Elas odeiam exibições em economês, juridiquês, mediquês ou qualquer outro jargão profissional. É pernóstico...

7. É fato: mulheres odeiam rachar conta em restaurante.

8. Mulheres bebadazinhas topam TUDO !

9. Não deixe uma mulher sozinha em sua casa. Há 100% de probabilidade dela mexer em TODAS as gavetas!

10. Toda mulher já pensou em como seria transar com seu melhor amigo.

11. Mulheres perguntam seu sobrenome logo de cara para ver se combina com o delas, e, por conseqüência, para ver se ficaria bem num eventual filho de vocês.

12. Nunca, nunca, nunca, tente explicar uma traição com o argumento "foi uma coisa sem importância". Elas acham ainda pior terem sido traídas por algo "sem importância".

13. Nunca esteja mais perfumado do que a mulher ao seu lado.

14. Mulheres gostam de ser elogiadas. Vale qualquer coisa: da cor do esmalte ao roteiro que ela escolheu para as férias.

15. Nunca use jóias. De nenhuma espécie. Colar, nem pensar. Anel, só aliança.

16. A não ser que ela seja atleta ou tenha menos de 18 anos, nunca proponha um acampamento de fim-de-semana. Acredite: elas preferem um motel de quinta categoria a isso.

17. Mulheres adoram detalhar uma transa com as amigas. Então, se você tem um nome a zelar, preste atenção a seu desempenho.

18. Para elas, orelha não é uma zona erógena.

19. Elas classificam os homens em "para casar", "para ser amigo" e "para sair". Tal como eles fazem.

20. Cueca, só branca ou preta. Fuja das tanguinhas e daqueles modelos igual a short de loira do Tchan. E sem nenhuma estampa!

21. Não é por maldade que elas se depilam com seu barbeador. É que implesmente ele está ali no box.

22. Se você não tiver alguma lembrança bonitinha sobre sua infância, invente. Elas não resistem.

23. Mulheres gostam de ser surpreendidas por beijos. Sem que isso signifique ir para a cama depois de 2 minutos.

24. Pare de ir à manicure imediatamente. Homem que faz a unha é considerado cafonérrimo!

25. Você pode até achar ultrapassado. Mas flores são capazes de derreter um coração feminino.

26. Elas vão adorar seu carro se ele tiver um espelho no pára-sol do banco do carona.

27. Crianças mentem sobre o dever de casa, homens sobre o desempenho sexual e mulheres sobre a quantidade de sapatos em seu guarda-roupa.

28. Mulheres fingem orgasmo. Quase sempre.

29. É inadmissível ser um desastre na cozinha. Nem que sua especialidade seja spaghetti ao alho e óleo.

30. A maioria odeia marombados Excesso de músculos cheira a falta de masculinidade.

31. Mulheres não vêem problemas nos carecas, o que não quer dizer que é dos carecas que elas gostam mais.

32. Para elas, a careca de um homem pode ser explicada pela genética ou pelo destino. Barriga mole de chope não tem desculpa.

33. Se for usar brinco, por favor, algo minúsculo, só notado por quem chegar bem perto. Mulher odeia o estilo pirata.

34. Se quiser ter tatuagem, faça uma só. Mais do que isso, você pode ser confundido com um presidiário.

35. Mulheres adorariam que seus amigos gays fossem héteros.

36. Até Sharon Stone tem celulite.

37. Luzes e tinta no cabelo são permitidos apenas para exemplares do sexo feminino.

38. Nunca peça para que elas escolham para onde vocês devem ir no primeiro encontro. Elas gostam de ser levadas.

39. Elas vão em dupla ao banheiro para falar bem dos homens e mal das mulheres.

40. Por mais que a mulher o ame, ela detesta ver você e seus amigos jogando pelada.

41. Mulheres adoram telefone. É uma boa forma de tagarelar alegremente sem necessidade de se arrumar para sair.

42. Mulheres odeiam homens que dirigem devagar, não bebem e não têm time de futebol.

43. Mulheres odeiam ser chefiadas por mulheres.

44. Mulheres costumam se derreter quando percebem que um homem precisa de um colinho.

45. Mulheres adoram ser acariciadas entre os cabelos, sentindo seus dedos tocarem o couro cabeludo.

46. Mulheres esperam ser consoladas quando choram.

47. Mulheres acham que, se tomam a iniciativa, eles não têm o direito de dizer "não!".

48. Elas amam "discutir a relação", porque é a partir disso que descobrem as fraquezas e os defeitos dos homens que estão a seu lado.

49. Elas odeiam restaurantes-rodízio, por quilo, self-service ou aqueles do tipo "coma o quanto agüentar".

50. Se elas perguntam: "Estou gorda?", a resposta única, óbvia e esperada é: "Claro que não!". Nem pense em dizer outra coisa!

Há controvérsias...
(revista Veja, outubro 2003, edição especial nº 27, páginas 48/49 )

Microsoft e Ask.com




Bill Gates acha feio que se espione os outros

Microsoft anuncia busca anônima e pressiona Google em privacidade
Por Robert McMillan, para o IDG Now!* - Publicada em 23 de julho de 2007 às 09h39

São Francisco - Assim como o Ask.com, a empresa vai permitir aos usuários buscar anonimamente até o final do ano, pressionando rivais.

A Microsoft está se unindo ao Ask.com na oferta de uma forma de fazer buscas anônimas http://idgnow.uol.com.br/internet/2007/07/23/resolveuid/dbaca9879adffc447c0116678172ca3b pelo seu mecanismo, e as duas empresas agora pressionam os demais competidores do mercado a definir um conjunto de práticas de privacidade comuns.

Até o final do ano, a Microsoft vai oferecer aos usuários meios de fazer buscas anônimas nos sites Windows Live, além de adotar uma nova política de retenção de dados que vai apagar todos os registros que possam identificar um usuário após 18 meses.

Essas medidas são similares às tomadas pelo Ask.com na última semana, em um esforço de criar um consenso sobre privacidade na indústria, disse Peter Cullen, chefe de estratégia em privacidade da Microsoft.

Quando algum usuário faz uma busca no Windows Live, a Microsoft armazena o registro de busca associado a algumas informações sobre a pessoa que a fez - como o endereço IP e o CEP -, para fazer anúncios direcionados posteriormente. Advogados da privacidade se preocupam com o possível uso dessas informações.

Ilustrando essas preocupações, no ano passado a AOL tornou públicos registros de buscas feitas por mais de 650 mil usuários http://idgnow.uol.com.br/internet/2007/07/23/resolveuid/39227c253718dbc963f7bf14e60e9c04 no site da empresa. Repórteres do New York Times conseguiram localizar o autor de pelo menos uma delas por meio de informações disponíveis no banco de dados.

Os anúncios do Ask.com e da Microsoft pressionam o Google a melhorar suas práticas, disse Peter Swire, professor de direito da Universidade Estadual de Ohio, que foi conselheiro de privacidade da Casa Branca durante a administração Clinton. Ao contrário dos concorrentes, o Google não fez nenhum compromisso com buscas anônimas, ele apontou.

A empresa também sofre pressão da União Européia, que colocou limites para o tempo de retenção de registros de buscas http://idgnow.uol.com.br/internet/2007/07/23/resolveuid/9784e2fcdd7b707c75348f28e3e20cf7 e está investigando a aquisição da empresa de publicidade online DoubleClick pelo Google http://idgnow.uol.com.br/internet/2007/07/23/resolveuid/0dbc86e9fe1756380d58a3965cd0669a .

A Microsoft e o Ask.com vão convidar advogados da privacidade na web e empresas rivais como Google, AOL e Yahoo para discutir como a indústria vai endereçar a privacidade, disse Cullen. As empresas esperam reportar resultados destes esforços em setembro, época em que a Comissão Federal de Comércio planeja discutir também o assunto, segundo o executivo da Microsoft.

22 de julho de 2007

Alberto Caeiro





Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas)

O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

“Constituição íntima das coisas”...
“Sentido íntimo do universo”...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em coisas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das coisas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.

Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!

(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as coisas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensinar)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

21 de julho de 2007

Paixões Virtuais







Paixões Virtuais

Após o expediente ela vive seu grande amor. Como todo mortal chega em casa toma seu banho, se arruma e vai ter com sua paixão. Perfume, brincos, tudo ar leve e sensual, nada vulgar é só uma moça apaixonada.

Senta se em seu quarto e fica das 18 horas às 3 da manhã com sua paixão.

Ela mora em Goiânia ele na Tasmânia. Programaram até um encontro em 2014 na Itália para comemorar suas núpcias.

Esta é a paixão de sua vida. Ela aos 24 anos de idade vive um amor virtual. O carinho dando se por uma webcam, o beijo em um "smack" teclado, a zona erógena mais atiçada de seu corpo seus dedos que estão calejados nas pontas. Ela mais uma mulher moderna vivendo as fantasias quotidianas. Saciando se sozinha com seu amado distante, mas ao mesmo tempo tão perto. Fome de boca cheia.

Nas horas de folga se amaldiçoa, Deus tão injusto colocando seu bem para nascer tão longe, do outro lado do mundo. Praga do destino, Satanás tentando a Deus. Ela um Jô moderno resistindo a vida.

Mas ela é fiel, todos os dias chegando do serviço à mesma rotina.

Dedicação integral a seu amor. Com o tempo surge os ciúmes. Ela quer sair, mas o namorado de longe não deixa, até liga via skype para tentar a controlar, saber se ela chegou quando cansada de digitar pela ler. Assim vai vivendo seu amor. Nos sábados, domingos feriados o que lhe sobra é um "smack" digitado deixando um leve sorriso e um brilho opaco em seu olhar. Ela jura que é feliz assim...Será?

Quando abordamos as psicopatologias do mundo virtual uma das que mais chamam a atenção é a substituição da vida real pela vida virtual especialmente no contexto afetivo. A busca de um sentido de vida baseada em uma ilusão. Um daimon pervertido.

O problema não é encontrar alguém distante, ao contrário, grandes amores não escolhem nem hora, nem local adequado. O problema que gera uma psicopatologia de um mundo virtual é a substituição da vida por uma vida ilegítima. 2014 para as núpcias, com um homem que a pessoa jamais viu, sentiu o cheiro, beijou, tocou, abraçou?

Em nosso quotidiano encontrar alguém com que ocorra a química é algo difícil. Uma relação afetiva virtual queima a etapa do conhecimento básico, uma das principais, a questão de pele.

O estabelecimento de relações virtuais é complicado por que neste campo desconhecemos literalmente o outro, assim vivenciamos a distancia uma relação que é ilegítima. Pela internet você torna se o que você quer ser. Defeitos são camuflados e ignorados, as fantasias tornam se acentuadas, o convívio inexistente e a carência dos usuários imensa chegando as anormalidades do convencional.

Na maior parte dos casos o que ocorre é uma indisponibilidade para um relacionamento genuíno. Pessoas com muita dificuldade para se relacionar abdicam da vida para viver na fantasia, na fuga, o que na prática tem dificuldade.

Assim o companheiro (a) torna se o real ser idealizado sem defeitos, não pega no pé, sempre disponível a um toque de teclado, sem odores, quase sem nada. É o mito que surgiu com força, o príncipe encantado de capa e espada, a princesa encantada perfeitos em sua camuflagem. Pena que no convívio do quotidiano tais máscaras vão cair e a realidade de cada um vai se instalar querendo ou não.

O problema arquétipico desta realidade virtual é a cisão com a vida prática. O imaginário sobrepondo se a vida. O faz de conta infantil brincando de amar. De longe toda goiaba é cheirosa pena que quando perto apresente seus defeitos, odor, sua proteína em forma de bicho que da goiaba também faz parte.

Esta cisão arquetípica se consolida ainda mais com o estado maníaco contemporâneo da falta de limites e regras. Os excessos totalitários da atualidade. Assim alem da questão da paixão sua força maníaca de excesso, todos os dias 8 horas na frente de um teclado buscando uma vida imaginária que satisfaça a carência que só aumenta qual um dragão devorador. Mas o estado maníaco camufla o aumento da carência, e rouba da vida sua graça. Instala se um vício que então utiliza a desculpa do amor, da busca da felicidade como atenuante social. Até que um dia a energia cai, o computador pega um vírus, e a fantasia se desfaz.

Por Jorge Monteiro de Lima

Fake





Fake - Identidade Virtual

Os olhos são castanhos, ela diz que são verdes. Tem 1,55 de altura, mas colocou que tem 1, 74, bem cheinha, pouco acima do peso ideal, mas, neste universo é apenas gostosa. A foto tratada deu uma bela ajuda no visual da moça. Diz que mora em Ipanema, mas reside em Engenho de Dentro. Em seu perfil, versa dois idiomas, mas mal fala português. Colocou ainda que está concluindo o curso de engenharia, mas bombou repetidamente quatro vezes e não saiu do terceiro período. Diz adorar Gabriel Garcia Márquez e, realmente, já comprou todos seus livros só que não leu nenhum.

Assim é seu fake, sua identidade virtual, sua apresentação nas telas de um orkut ou qualquer meio eletrônico semelhante. E esta é a identidade que um indivíduo passa a querer ser, um desejo que - racionalmente - pela fantasia, pode ser assumido enquanto identidade.

No campo da psicopatologia do mundo virtual isto é acentuado, quebrando a ligação entre o real e o virtual, o concreto e o imaginário. Há um universo imenso entre querer ser e nossa realidade.

Muitos dizem que o problema não é novo, não pode ser visto como ligado apenas ao mundo virtual, porém a questão passa a ser nova, na medida em que o instrumento potencializa, o grau de desconexão com a própria identidade, reforça os mecanismos de defesa e a despersonalização.

Pessoas a cada dia mais, abandonam a própria vida para viver em função de uma vida virtual.

Sua fantasia torna-se tão intensa que o indivíduo passa a adotar seu fake como aspecto de sua identidade. Perde assim, o que realmente é, e passa a ser o que deseja, em fantasia distanciando-se de sua essência. Tudo que é visto como nocivo, doloroso, e que traz conflitos à personalidade, no campo do virtual é negado, pois este universo pode ser utilizado como mecanismo de defesa e fuga.

Muitos casos gerando um verdadeiro alter-ego, uma dupla personalidade, um alguém muito além de mim. A alienação por negar-se aspectos construtivos da vida. E o interessante é que neste sentido, o racionalismo justifica a neurose e o abandono da própria vida. Assim, muitos acabam justificando o que fazem, dizendo que é moderno, se todo mundo faz, porque eu não posso fazer.

Larga de ser careta...

Esta "mentira" quotidiana ligada à personalidade vira um aspecto Sombrio da Persona, na proporção em que o indivíduo projeta em si mesmo aspectos que ele não tem, mas que fazem parte de uma necessidade para um aval social. Ligado a uma auto-estima baixa, o processo estende-se ainda mais na carência afetiva, pela necessidade de aprovação em um universo não real e imaginário.

A desconexão, por vezes, é tamanha que o próprio indivíduo passa a ter dificuldades para estabelecer os limites entre a realidade e suas fantasias. Mas seu fake é uma gracinha ela própria já se apaixonou por ela...

Este é o processo de uma visão distorcida entre o querer e o ser. No campo do desejo, deturpamos o que realmente somos e negamos nossos piores defeitos, especialmente quando temos a mão à ferramenta mágica, o elixir da longa vida, o segredo da juventude eterna. Muita maquiagem, todavia nem sempre apazigua tamanha feiúra.

Um dia a realidade volta a se impor como ela realmente é, e o fake se aperceber de que não passa de mais uma ilusão programada para ele próprio. Céus quanto vazio... querer

Por Jorge Monteiro de Lima
http://www.olhosalma.com.br

20 de julho de 2007

Filosofia do Tédio





"O tempo - como uma unidade do passado, presente e futuro - cria uma unidade no eu, e tempo e eu estão ligados por meio de uma narrativa. Ter uma identidade pessoal é ter a representação de um fio narrativo na vida, em que passado e futuro podem dotar o presente de significado. Não acredito que significado e identidade possam ser propriamente compreendidos indepentendemente do tempo e da narrativa. Para se ter uma identidade, ser um eu, é preciso ser capaz de contar uma história sobre si mesmo, sobre quem se foi, quem se quer vir a ser e quem se é agora, entre passado e futuro. Narrar é uma prática ética."

Lars Svendsen

Nada se passa conosco: nós é que somos o que se passa





Nada se passa connosco: nós é que somos o que se passa

"Todo este mundo quotidiano e visível, toda esta gente que boia à superfície da vida, todas estas coisas que constituem os nomes e os feitos da história não são mais que erro e ilusão. Somos todos, não agentes, senão agidos-títeres de maiores que nós. Todo o nosso orgulho de conscientes e a nossa soberba de racionais são o títere que se orgulha de seus gestos.
Na verdade o combate é aqui, mas não é nosso; não é connosco, somos nós. Não somos actores de um drama: somos o próprio drama – a ante-estreia, os gestos, os cenários. Nada se passa connosco: nós é que somos o que se passa. Sou um cristão gnóstico, inteiramente oposto a todas as igrejas organizadas e, sobretudo, à Igreja de Roma."

FERNANDO PESSOA,
Escritos Íntimos, Cartas e Páginas Autobiográficas, Europa-América. 1986

A cada dia que vivo





(…) A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.


Carlos Drummond de Andrade

OS MISTÉRIOS DA MULHER






OS MISTÉRIOS DA MULHER

"É preciso considerar que a essência ou princípio feminino NÃO PODE SER ENTENDIDA ATRAVÉS DE UM ESTUDO INTELECTUAL OU ACADÉMICO.

A ESSÊNCIA ÍNTIMA DO PRINCÍPIO FEMININO não se permite tal ataque, o sentido real da feminilidade sempre escapa ao interrogador directo.

Essa é a razão pela qual as mulheres são misteriosas para os homens – isto é, para o homem que persiste em tentar compreender intelectualmente a mulher. "

(M. ESTHER HARDING)

Ainda que eu fale todas as línguas dos homens




"Ainda que eu fale todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa ou o címbalo que retine.

Ainda que tenha o dom de profecia, que penetre todos os mistérios, e tenha perfeita ciência de todas as coisas; ainda que tenha toda a fé, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada serei.

E mesmo que tenha distribuído os meus bens para alimentar os pobres e entregado meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, tudo isso de nada me servirá.

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho.

Não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal.

Não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.

Tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. [...]

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; porém a maior delas é a caridade. (...) "

(Paulo, capítulo 13 da primeira carta aos coríntios, vv 1 a 7 e 13)

19 de julho de 2007

Ensinamento



Ensinamento

“Minha mãe achava estudo
A coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
Ela falou comigo:
‘Coitado, até essa hora no serviço pesado’.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.”

Adélia Prado

Às vezes está tão perto dos olhos, tão ao alcance das mãos, tão dentro da gente. Só que queremos algo mais, aquele sino que não toca, a rede jogada onde não há peixe, o quente ou o frio. Se não for exatamente do jeito que imagino, sinto muito. Já pensou que entre o 8 e o 80, existem no mínimo 72 possibilidades? Se você incluir o 8 e o 80, são 74 alternativas diferentes?

Contentamento é mesmo uma dádiva.

Se deixássemos os nomes de lado, talvez fôssemos mais plenos.

14 de julho de 2007

A Moral Humana





A Moral Humana

Toda a moral que não se baseie na liberdade individual não pode ser considerada como tal.

Não existe outra moral que não seja a humana, por estar inscrita em todos os corações, acima de partidos, agrupamentos ou qualquer tipo de sectarismos, pois, como escreveu Voltaire, “a moral vem de Deus, como a luz. As nossas superstições são apenas trevas”, pois “há somente uma moral, assim como há somente uma geometria” e “todos os dogmas são diferentes”, mas “a moral é a mesma em todos os homens que usam a razão”.

Defender o livre pensar e uma nova cultura – fortificação imortal habitada por espíritos pensantes – implica defender o estudo, a arte – que é uma forma de eternidade – e a elevação espiritual, que permitirá discernir o que é verdadeiro do que é falso - a grande mentira que permeia toda a cultura atual apoiada num inominável e imoral ateísmo ou materialismo, travestido de fé e espiritualidade e baseada em preconceitos que imobilizam a inteligência e a sensibilidade humanas -.

Defender a liberdade de pensar significa opor-se às imposições travestidas de misericórdia e bondade e defender a moral que vem de Deus, e não da superstição que submete e acorrenta as inteligências.

Ter fé em sim mesmo e não no que se desconhece para ser livre e viver a verdadeira moral que deve se basear no respeito que se deve a si mesmo e aos demais – como muito bem assinalou o pensador e escritor González Pecotche – e não se submeter a uma “moral de escravos” como ponderou Torga e Nietsche, pois o ser humano que se respeita não deve curvar-se perante qualquer poder, pois nenhuma obra humana poderá ser realizada fora da liberdade.

Deus não pode ser reduzido, estreitado, encapsulado numa criação humana. Se existe algum pecado, ele pode ser chamado de ignorância sobre si mesmo e sobre o Deus que se desconhece.

Quando Nietsche disse que Deus estava morto, pode ter querido significar que se deveria procurar e conhecer o Deus verdadeiro, o do amor, e não o da culpa e do sofrimento, o da justiça, e não o do castigo que oprime e aterroriza.

Não há maior cárcere que a ignorância, porque Deus é liberdade e conhecimento, redenção e aprendizado, alegria e evolução.

O engenhoso sofisma de Protágoras que diz ser o homem a medida de todas as coisas nos leva a uma única moral que vem Deus e está indelevelmente inscrita em todos os corações.

Nagib Anderáos Neto
www.nagibanderaos.com.br

13 de julho de 2007

A erótica do ouvir






A erótica do ouvir

(Rubem Alves)


O mundo da psicanálise é estranho, tão estranho quanto o mundo da Alice no País das Maravilhas. Ali as coisas que a gente conhecia bem, que eram familiares, de repente se transformam em outras e a gente não conhece mais. E o mais curioso é que a psicanálise diz que é com essas coisas estranhas e bizarras que nós somos feitos. Uma dessas idéias estranhas é que o corpo, na sua pureza primitiva, era inteirinho sexual. Tudo, no corpo, era zona erógena. Todos os sentidos eram órgãos de se fazer amor com o mundo, cada um produzindo um prazer diferente. Aí o corpo perdeu o paraíso e a sua sexualidade exuberante e multiforme se encolheu e se localizou nos órgãos genitais.

De que me adianta conhecer o livro de receitas de cor se não como as comidas que estão lá, tão bonitas, tão apetitosas? Sim, você precisa saber as receitas de cor para passar no vestibular. Os vestibulares são constituídos de perguntas sobre receitas. Se você não as souber você não passa. Mas e o prazer de comer? De que me adianta conhecer o mundo inteiro se ele não me excita ( na escola não se ensina que o mundo é excitante, cheio de delícias...), se não o degusto? De que me adiante sentar-me à mesa do banquete se só sei comer hamburguers?

Rolland Barthes, já velho, aprendeu a diferença entre saberes e sabores, entre ciência e sapiência. Sapiência é saber saboroso. E o professor – ele é o mestre de Kama-Sutra cuja missão é iniciar os seus alunos nas várias posições do amor. (Quando você se dirigir à sala de aula, amanhã, vá repetindo: “Sou mestre de Kama-Sutra. Ensino aos meus alunos as várias posições de se fazer amor com o mundo...” Ah! Você vai sentir uma excitação que você nunca sentiu. Aquilo que Fernando Pessoa descreveu como uma “erecção no pensamento”... ).

Quem diria que os ouvidos são órgãos sexuais? Pois o são, tanto fisicamente ( as mordidinhas no lóbulo da orelha...) quanto como canais pelos quais as palavras entram. Os ouvidos são vaginais, femininos, a boca é fálica, masculina. Todos, homens e mulheres, temos os dois. Os homens também são femininos e têm orgasmos auditivos, enquanto que as mulheres têm orgasmos masculinos, de fala. Quando boca e ouvido se unem, amorosamente, é a alegria! Mas, tal como acontece com os prazeres do sexo, os dois, boca e ouvido, precisam estar excitados. O professor é o mestre...

Mas desaprendemos a erótica do ouvir. Sabemos usar os ouvidos como ferramentas. Mas não sabemos usá-los como brinquedos. Geórgia O’Keeffe (1887-1986), uma surpreendente pintora norte-americana observou que não sabemos ver, porque ver exige paciência e atenção. O mesmo se pode dizer do “ouvir”. Ouvir é uma virtude feminina, receptiva, deixar-se ser penetrado. Acolher as palavras no colo. Para se ouvir bem é preciso ser Taoista. Falar palavras com um oco dentro. Palavras que carregam o silêncio.

Vejo sempre nos jornais anúncios de “Cursos de Oratória”. Eles são especialmente procurados por políticos e executivos. Nunca vi anunciado um “Curso de Escutatória”. Todo mundo que falar. Ninguém quer ouvir.

A tradição da docência é: os professores falam; os alunos ficam em silêncio. Da minha sala de aulas no primeiro ano eu ouvia a voz esganiçada da professora na sala ao lado gritando: “Silêncio”! Muitos anos se passaram. A Andréa, menininha de 6 anos de idade, foi colocada na creche para que sua mãe pudesse trabalhar. Voltando para casa, ao final do primeiro dia, foi lhe perguntado: “E que tal é a professora?” Resposta curta, decisiva, precisa: “Ela grita.” A voz da professora havia introduzido uma perturbação no seu mundo. No centro da sua escola estava o grito da professora para que só a voz dela voz fosse ouvida. Aqui está a primeira lição de política.

Desdmond Morris, no seu livro O macaco nu, fala sobre a criancinha na barriga da mãe, longe de tudo, mergulhada no seu sono líquido. O que ela ouve, por nove meses, sem interrupção, é o pulsar binário do coração da mãe: tum-tum, tum-tum, tum-tum. Som. Ritmo. Esse ritmo está dizendo: “Tudoestá bem, tudoestábem, tudoestábem...” A música sem palavras do coração da mãe, sem uma única palavra, ensina tranquilidade. Por isso as canções de ninar são no ritmo binário, pelo seu efeito hipnótico, calmante. Um corpo que aprendeu a lição fundamental do bater binário do coração da mãe está pronto a ouvir todas as músicas do mundo, musicas que só são ouvidas quando “os ouvidos dos meus ouvidos acordam...”

Um único som pode valer o universo. Está lá, num poema de Fernando Pessoa - não o encontrei, vou dizê-lo da forma como me lembro: “Valeu a pena o universo ter sido criado só pelo som desse vento batendo no meu rosto".

12 de julho de 2007

FRAGMENTOS DE NIETZSCHE





Que é amor?

Que é criação?

Que é nostalgia?

Que é estrela?

Assim pergunta o último homem, e pisca os olhos.

A terra se tornou pequena então, e sobre ela saltita o último homem, que torna tudo pequeno.

Sua estirpe é indestrutível, como a pulga; o último homem é o que mais tempo vive.

“Nós inventamos a felicidade”, dizem os últimos homens, e piscam os olhos.

Abandonaram as regiões onde é duro viver, pois a gente precisa de calor.

A gente, inclusive, ama o vizinho e se esfrega nele, pois a gente precisa de calor.

Adoecer e desconfiar, consideram-no perigoso: a gente caminha com cuidado.

Louco é quem continua tropeçando com pedras e com homens!

Um pouco de veneno, de vez em quando, produz sonhos agradáveis.

E muito veneno, por fim, para ter uma morte agradável.

A gente continua trabalhando, pois o trabalho é um entretenimento.

Evitamos, porém, que o entretenimento canse.

Já não nos tornamos nem pobres, nem ricos: as duas coisas são demasiado molestas.

Quem ainda quer governar?

Quem ainda quer obedecer?

Ambas as coisas são demasiado molestas (...)

Nenhum pastor e um só rebanho!

Todos querem o mesmo, todos são iguais: quem sente de outra maneira segue voluntariamente para o hospício (...)

A gente ainda discute, mas logo se reconcilia, senão se estropia o estômago.

Temos nosso prazerzinho para o dia e nosso prazerzinho para a noite, mas prezamos a saúde.

“Nós inventamos a felicidade”, dizem os últimos homens e piscam o olho. (...)


NIETZSCHE

11 de julho de 2007

Seminários de Zollikon






Martin Heidegger:


Heidegger realizou seminários para estudantes de psiquiatria sobre sua obra Ser e tempo, a
partir da iniciativa feita em 1947 por Medard Boss, estendendo-se como atividade regular até
1970. Os seminários eram dados na casa de Boss, em Zollikon, que além de propor este diálogo entre Heidegger, a psiquiatria e a psicanálise, teve o cuidado de recolher este material, publicado em 1987. Agora temos esta obra em português.

O interesse pela obra de Heidegger, desde a publicação de Ser e tempo em 1927 foi grande e
a primeira tentativa de incorporar sua crítica à ciência moderna e à metafísica nos fundamentos da psiquiatria e da psicanálise aparece na obra Formas fundamentais e conhecimento do Dasein humano de Ludwig Binswanger, em 1941. Contudo, este grande psiquiatra não abandona as contribuições que também encontrara no transcendentalismo kantiano e na fenomenologia de Husserl. Reconhece em Ser e tempo a importância da análise ontológico-fundamental do modo de ser no mundo e do Dasein pré-científico e exterior à ciência, da crítica a ontologia cartesiana, do conceito de existência no qual está a relação de convivência, o ser-com e o ser-com-outros-Dasein e da noção de facticidade. Contundo, propõe uma correção desta obra, pois também nela "a relação de comunidade no sentido do amor não encontra lugar algum''.

Nos Seminários de Zollikon, Heidegger tece suas reservas a respeito da utilização da
conceituação de Ser e tempo por parte de Binswanger, denunciando sua confusão entre analítica existencial e antropologia. A tentativa de corrigir a obra de Heidegger, pela substituição da categoria do cuidado pela categoria do amor, é um mal entendido de Binswanger, que "não consiste tanto em que ele quer complementar o 'cuidado' pelo amor, mas sim, no fato de que ele não vê que o cuidado tem um sentido existencial, isto é, ontológico, que a analítica do Dasein pergunta pela sua constituição fundamental ontológica (existencial) e não quer simplesmente descrever fenômenos ônticos do Dasein. Já o projeto abrangente do ser-homem como Dasein no sentido ek-stático é ontológico, pelo qual a representação do ser-homem como 'subjetividade da consciência' é superada. Este projeto torna visível a compreensão do ser como constituição fundamental do Dasein" (p. 142) Assim, para Heidegger, a "Daseinsanalyse psiquiátrica (Binswanger) retirou da Análise Ontológica-Fundamental do Dasein a constituição fundamental que em Ser e tempo chama-se ser-no-mundo e a utilizou, baseando sua ciência unicamente nela.

Mas ela é apenas a estrutura primária que se torna evidente na primeira parte da Ontologia
Fundamental - e não a única e sobretudo, não aquela para a qual a Ontologia Fundamental aponta singularmente por ser a principal para o Dasein e sua essência. Ela (esta estrutura fundamental) está indicada na introdução clara e freqüentemente: a compreensão-do-ser" (p. 205) A conseqüência da eliminação da compreensão-do-ser é uma interpretação inadequada do ser-no-mundo e da transcendência. Ou seja, Binswanger interpreta o pensamento de Heidegger como sendo uma continuidade coerente da filosofia de Kant e Husserl, deixando escapar o caráter específico do Dasein em comparação com os entes que não têm o caráter do Dasein. Em outro termos, Binswanger passou por cima da crítica heideggeriana da ciência moderna como restrita à ontologia da coisa e por isso mesmo insuficiente para dar conta do mundo do existente humano.

Outro caminho se abriu através dos debates com M. Boss, permitindo retomar a psicanálise e discutir sua relação com a metafísica moderna. As ciências humanas participam do projeto matemático da ciência moderna, objetivando o ente e decidindo a priori o que ele deve ser.
Em suas análises desenvolvidas nestes seminários, Heidegger inclui o procedimento freudiano no campo das ciências humanas, com vista a uma possível retomada a partir da analítica do Dasein.

O modelo galilaico-newtoniano que está no princípio da ciência moderna e das ciências humanas, enquanto esquema da causalidade natural, se mostra inadequado para uma interpretação do existente humano, pois a unificação do universo proposta pela síntese newtoniana introduz uma cisão, já denunciada por Husserl, entre o mundo da objetivação científica e o mundo da vida.

Nesta perspectiva, a crítica heideggeriana da hipótese freudiana do inconsciente é co-extensiva à crítica da ontologia cartesiana da res extensa, na medida em que carece de um conceito ontológico-existencial de mundo. A analítica existencial não visa reconduzir do sintoma ao inconsciente, através de uma explicação causal, como Heidegger aponta no procedimento freudiano, mas antes "perguntar-se por aquelas determinações que caracterizam o ser do Dasein com referência à sua relação com o ser em geral" (p. 146).

Nesta direção, a analítica existencial permitiria a realização de uma Daseinsanálise na
medida em que tome como pressuposto os existenciais, na sua dimensão historial.
Esta Daseinsanálise antropológica pode-se dividir por sua vez "em (a) uma Antropologia
normal e (b) uma patologia daseinsanalítica a ela relacionada. Por tratar-se de uma análise
antropológica do Dasein, uma mera classificação dos fenômenos destacados não pode ser
suficiente, mas precisa ser orientada para a existência histórica concreta do homem
contemporâneo, isto é, do homem que existe na sociedade industrial contemporânea" (p. 151) Esta perspectiva permitiria então o exame crítico dos efeitos do desenvolvimento da essência da técnica moderna, tomada como figura da metafísica ocidental realizada como niilismo.

Heidegger desenvolve esta perspectiva ao longo dos Seminários, examinando os efeitos da
consideração da natureza enquanto estritamente submetida ao modelo da mensurabilidade e ao mesmo tempo introduzindo a perspectiva da fenomenologia hermenêutica, a partir da estrutura originária do Dasein enquanto abertura e compreensão do ser. Isso lhe permite discutir as questões trazidas por M. Boss e seu grupo a respeito da medicina psicossomática e a questão do corpo, da sexualidade e mesmo da psicopatologia psiquiátrica. O fio condutor da interpretação da ciência moderna, no interior da qual se encontra situada a psicanálise, é que o Dasein não é representável como um ente subsistente, no modelo da ontologia da coisa objetificável. Afirma Heidegger: "Entretanto, se há coisas que por natureza resistem à mensurabilidade, então toda tentativa de medir sua determinação pelo método de uma ciência exata é impertinente" (p. 158) Este caminho aberto no diálogo com M. Boss tem se mostrado frutífero, especialmente na discussão dos efeitos da ciência moderna no interior do freudismo e de outras teorias psicológicas atuais. As possibilidades de discussão que os Seminários trazem são extremamente interessantes, ainda que não esgotem a problemática.

Deste modo, os Seminários de Zollikon marcam a presença da analítica existencial
heideggeriana no campo das ciências da alma, fornecendo um instrumento para a crítica de
pressupostos metafísicos da psiquiatria, da psicanálise e da psicologia. A publicação desta obra em nosso país revela a receptividade do pensamento heideggeriano, assim como possibilita a ampliação da discussão em torno das escolhas de tradução da linguagem tão complexa do pensador da Floresta Negra. A presente tradução que temos em mãos revela um árduo trabalho realizado pelas tradutoras, que certamente não foi abrandado pela familiaridade com a língua alemã que deixam transparecer. Parece-nos que encontraram dois tipos dificuldades. A primeira, que talvez jamais alcançará uma solução, pois toca no núcleo da impossibilidade da própria tradução de uma língua para outra, foi em parte contornada pela manutenção entre parêntese das expressões e termos no original. Esta opção favorece o leitor, pois o mesmo pode tomar uma posição a respeito da escolha das tradutoras.


A segunda dificuldade, que se situa no âmbito de escolhas que escapam a especificidade
filosófica ou que oscilam entre diferentes opções, pode criar dificuldades para o leitor. A respeito disso, então, cabe ao leitor estar atento. Apenas para exemplificar e deixar isso mais claro, vejamos: No índice da obra, e também adiante, "Vernehmenkönnen" é traduzido por "poder-apreender", o que não está mal, mas deixa escapar a especificidade do "perceber", como se costuma traduzir filosoficamente o "Vernehmen". Para "Unterscheidung des Seins vom Seienden" nos parece excessivo introduzir o "entre" na escolha de "diferenciação entre ser e ente". A tradução de "Gesetzmässigkeit der Natur" por "legalidade da natureza" pode deixar o leitor desorientado, visto que se trata da questão da regularidade da natureza, ou literalmente, "da conformidade da natureza à lei". A tradução de "Nacheinander", "Jetztfolge" e "Rangverhältnis" por "seqüência", "seqüência dos agoras" e "relação de seqüência" (p. 20) certamente dissolve diferenças marcante e empobrece a tradução. Seria possível fazer uso de "sucessão" e "relação de graduação". Além disso, encontramos escolhas inaceitáveis, pois ferem o pensamento heideggeriano, como traduzir "Die Bestimmtheit des Seins" por "a certeza do ser" (p. 20), visto que "a certeza" remete para o predomínio da subjetividade (Descartes), traço fundante da modernidade, objeto da crítica à metafísica realizada por Heidegger.


Editado por Medard Boss
Tradução de Gabriela Arnhold e Maria de Fátima de Almeida Prado
Vozes/Educ/ABD, 2001, 311 p.

Certas Coisas


Não existiria som se não
Houvesse o silêncio
Não haveria luz se não
Fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim

Cada voz que canta o amor
Não diz
Tudo que quer dizer
Tudo que cala
Fala mais
Alto ao coração
Silenciosamente
Eu te falo com paixão

Eu te amo calado
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncio e de luz
Nós somos medo e desejo
Somos feitos de silêncio e som
Tem certas coisas que eu não sei dizer.
Lulu Santos e Nelson Motta


Lulu Santos e Nelson Motta

SONHO DE ÍCARO



Ao atravessar as décadas de cera,
na multidão vi os passos da pequena...
Voei... Fui ao alto do penhasco pra vê-la,
quis beijá-la naquela noite serena!

Mas o Minotauro atrevido impera!...
Minhas asas, no alto, perderam penas...
Os raios causticantes me dilaceram!
- Voe por mim, anjo, tu és dono da cena!

... e o insano impede no catre quente,
sem rumo, perco o sentido da mente!
- Preciso, ansioso, de asas...Quero Voar...

Estou só neste dédalo. Doentio,
vejo o doce semblante! Neste frio
sou o Titanic, - o náufrago do mar!...

Machado de Carlos

NO DIA SEGUINTE


NO DIA SEGUINTE

Eu estava dormindo
Nem sei bem por quanto tempo
Acordei com uma explosão
Cheiro de carne queimada
Gemidos lancinantes
Abri a porta
Estou sozinha
Andei pelo mundo
Rasguei meus pés
Buscando meus semelhantes
Não acho ninguém
Vejo apenas
Um amontoado de corpos
Pedaços de gente
Estou só
Nada vive
Nem rios
Nem bichos
Nem o mar
Olho a Lua
Está em pedaços
Pedaços dela em mim
Estou em pedaços
Estou com frio
Com medo
Mas continuo andando
Morreu o amor
Morreu a esperança
E as ilusões
Todos mortos
Tudo morto
Nenhuma folha viva
Nenhum canto de pássaros
Apenas pedaços de Lua
E uma Alma morta.

Melanie

10 de julho de 2007

Acaricio o monitor




ACARICIO O MONITOR...

MAIS UMA MENSAGEM CHEGOU, DE ALGUÉM,
DE ALGUM LUGAR.
COMO PODEM ADIVINHAR MEUS TORMENTOS?
MOMENTOS...MEUS,
ETERNAMENTE PASSAGEIROS?
PASSAGEIROS VIRTUAIS,
COM SEUS TORMENTOS REAIS
COM SUAS MENSAGENS MORAIS,
VALORIZANDO A VIDA,
A HUMILDADE, O AMOR.
O QUE FAZ O COMPUTADOR!

RETIRO A MÃO DO MONITOR.
VOU PARA A RUA, DESESPERADO.
PROCURO EM TODA PARTE
APENAS VEJO OLHARES CIBERNÉTICOS.
AONDE ESTÃO OS PASSAGEIROS VIRTUAIS?
LEMBRO JOHN LENNON:
"NOBODY LOVES YOU,
WHEN YOU DOWN AND OUT".
VOLTO AO COMPUTADOR,
VEJO UMA MENSAGEM DE JOHN LENNON,
E ACARICIO O MONITOR.
O QUE FAZ O COMPUTADOR!

SERGIO ABEL REGINATTO

Tédio






Tédio...

Qual o remédio para o meu mal?
Dar um pulinho no shopping?
Colocar mais um piercing,
Um tatoo com o nome dele
Impregnado na pele,
Que não sai nem à laser?
Zanzar pela night,
ficar de porre, zureta,
entrar "numas" de doidona,
pegar uma carona
e acordar num motel
totalmente na lona
ao lado de um picareta?
Não, eu sou careta
e continuo sem saber,
se a cura para o tédio
já foi descoberta.
Alguém se manifesta?

Intrometido (de novo)

Pegue de mim o que resta
o que presta e o que não presta
não sou seu melhor remédio
nem garanto curar o tédio
me dê uma chance
e sei que vai querer revanche...

(Valéria Tarelho)

Festival de Cinema Espiritual



Festival de Cinema Espiritual

O Cinema Espiritual é um gênero fundado pelo veterano produtor de Hollywood, Stephen Simon, cujos créditos incluem os filmes: Índigo, Muito Além da Vida, Em Algum Lugar do Passado e Conversando com Deus. Stephen também fundou um sistema de distribuição de filmes independentes, o Spiritual Cinema Circle [Círculo De Cinema Espiritual] .
O filme Índigo, por exemplo, foi exibido no mundo inteiro usando este sistema independente de distribuição, e arrecadou 1,2 milhões de dólares em apenas um dia de exibição. Filmes como Índigo, Conversando com Deus, Quem Somos Nós, O Poder Além da Vida e A Profecia Celestina tem feito muito sucesso não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, mostrando que há um público interessado em filmes com temas espirituais. Em apenas 3 anos de existência a empresa de Stephen já se tornou altamente lucrativa.

O Festival de Cinema Espiritual é o primeiro festival da América do Sul voltado para filmes que abordam temas espirituais, metafísicos e religiosos e acontecerá de 1 a 11 de Outubro na cidade de São Paulo, e contará com uma programação bastante variada que atenderá desde profissionais da área audiovisual (roteiristas, produtores e cineastas) até o público em geral, que poderá participar de palestras com temas espirituais e assistir a uma programação de filmes espirituais.

Os profissionais da área audiovisual poderão participar de seminários com temáticas ligadas ao cinema e à televisão. Haverá seminários sobre a escrita de roteiros para cinema, televisão e videogames, direção, pitching e marketing. Veja o quadro com a programação completa. Veja abaixo a lista completa e descrição dos seminários.

Além da exibição de filmes, dos seminários e das palestras, o festival promoverá 2 concursos: um de roteiro e outro de produção audiovisual.

O Concurso “Melhor Roteiro” premiará roteiros com temática espiritual, religiosa ou metafísica. O prêmio para o primeiro colocado é o “Prêmio Paixão e Propósito” ( R$5.000,00); o segundo e terceiro colocados ganharão o software Final Draft (software de escrita de roteiros muito utilizado na indústria norte-americana).

O Concurso “7 Dias” - Os participantes devem inscrever-se no concurso com um roteiro de curta metragem (entre 15 e 30 minutos) e uma equipe de 4 pessoas: produtor, diretor, editor e roteirista. O roteiro deve abordar temas espirituais, metafísicos ou religiosos. A equipe finalista terá que produzir e editar seu filme em 7 Dias. O filme será exibido durante o festival. Veja como submeter seu projeto. Inscrições pelo site do festival.

O Prêmio Paixão e Propósito – será dado nas seguintes categorias: Melhor Curta Metragem, Melhor Longa Metragem, Melhor Documentário, Melhor Roteiro, Melhor Diretor, Finalista do Concurso Melhor Roteiro, Finalista do Concurso 7 Dias e ‘Propósito de Vida’.

Cineastas Brasileiros e internacionais já podem inscrever seus filmes no festival.

As inscrições para os eventos do festival já estão abertas com preços promocionais. As informações podem ser acessadas no site do festival: www.festivalcinemaespiritual.com

Você também pode entrar em contato conosco por telefone ou e-mail:

Contato: Eliana Guimarães Tel: 11.3271.3777 / Cel: 11.8954.9342
Email: elianag@festivalcinemaespiritual.com ou elianap@yahoo.com

Para maiores informações sobre as inscrições dos eventos e seminários, pode entrar em contato com:
Centro de Estudos Gasparetto
Tel. 11.5063.2150
Email: bia.gasparetto@gmail.com

"Pensar é Transgredir"




Crônica extraída do livro: "Pensar é Transgredir"
de Lia Luft

“Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo: “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.”




A todas as Mulheres,

assumidas em seus desejos!
Capazes de gemer,
sem receios!
E mostrarem,
o que gostam
e como gostam!



Toda mulher



Toda mulher,
quer ser Mulher:
Quer urrar de prazer,
quando é penetrada;
Penetrações variadas,
profundas e sucessivas!
Onde a graduação
de força colocada
e o local não seja definido!

Quer sentir arrepios,
quando é mordiscada;
Mordiscada,
desde os mamilos às nádegas!
Quer sentir tesão,
quando é desejada;
olhada e convidada
sutilmente a ser devorada!
Quer sentir-se presa;
quando é cercada por
braços e pernas,
que lhe impossibilitem
a sua saída!
Quer ser a caça,
de um caçador experiente
e cavalheiro!
Quer ser a amante de
seu parceiro; quando lhe é
derramada a champanhe
e coberta de rosas amarelas,
quando jogada à cama!

Quer sentir o suor do homem,
quando ele goza de
prazer dentro dela!
E lambe-lo loucamente,
até que ele goze novamente!
Quer gozar ao telefone;
quando escuta a voz do homem,
a lhe sussurrar um " gostosa ".
E acreditar, que realmente ele
a ache muito deliciosa!
Quer antes de ser esposa,
ser Mulher;
ser fêmea no cio;
ser quem cavalga,
um corpo de Homem
teso de prazer!

Quer dizer:
Coma-me!
E ser devorada,
centímetro por centímetro,
e seu corpo em chamas!
Quer ser " escrava ",
o " servidor "
de seus prazeres!
Quer ser a " Puta ",
mais amada e bem paga;
com somente,
muito prazer!
Quer fechar os olhos
e quando abri-los novamente,
ver os olhos do homem
a lhe desfrutar o corpo!

Quer sentir a barba
ainda por fazer,
tocar-lhe seu sexo
e a língua,
a percorrer-lhe o
mesmo território!
Quer que o homem
realize com ela,
seus mais loucos e
íntimos desejos!
Nunca lhe julgando,
impossibilitada de fazer
parte de seus devassos atos!

Porque ela,
o superará e o surpreenderá!
Será MULHER!
Assumida e satisfeita!
Gozará inúmeras vezes!
E mesmo estando só,
se tocará em suas partes íntimas
e assumirá seu papel de Mulher!
Cheia de tesão!

Márcia Aparecida Silva Zauza